Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 27 de maio de 2012

Verdades e Mentiras



     Pois é, amigos leitores, parece que o mundo está as voltas com um daqueles períodos em que todo mundo quer se dar bem às custas dos outros, fazendo cara de bonzinho, posando de moralista e mentindo descaradamente.
     Não sei se por força da minha formação metodista, credo que abandonei há muitos anos, mas cujos princípios me orientam até hoje, não sei se para bem ou para o meu próprio sofrimento, mas não consigo conviver com a mentira e o cinismo, que me deixam enojado.
     Vejam a cara daquele advogado do bicheiro Carlinhos Cachoeira, na CPI, rindo e debochando dos deputados. Márcio Thomás Bastos já foi Ministro da Justiça e agora se dedica a defender bandidos daquele quilate e réus do mensalão. E não tem vergonha de mostrar a face ao Brasil, como se estivesse fazendo a coisa mais normal do mundo ao orientar seu cliente a afrontar o Parlamento.
     Denise Rothemburg, na sua coluna publicada em vários jornais brasileiros, desce a lenha na CPI, dizendo que não vai dar em nada, por conta do cinismo de Cachoeira e das ameaças que um vereador do PMDB de Goiás foi fazer lá dentro, como se os deputados fossem os culpados disso, e poupa os verdadeiros corruptos, que estão em Goiás, principalmente, e no PMDB. Porque ela não critica os governadores Marcondes Perillo e Sérgio Cabral? Porque são de direita, como ela. A culpa é dos que não conseguem apurar os crimes e não dos criminosos.
     E a deputada Alice Portugal, que foi à televisão defender o novo modo de governar de Jaques Wagner na Bahia, que se recusa a cumprir um acordo assinado por ele mesmo com os professores, que estão em greve há mais de um mês? E dizer que eu votei nela.
     E a Veja, revista pra lá de fascista, pertencente a um grupo de racistas sul-africanos, que vende reportagens de denúncias contra políticos em nome da moral e dos bons costumes, defendendo o que ela diz ser liberdade de imprensa, e se cala diante dos assassinatos em série de jornalistas em Honduras, no regime de Porfírio Lobo, o presidente que os americanos colocaram no poder através de um golpe de Estado, para impedir que o povo hondurenho fizesse uma Assembléia Constituinte?
     E a Hillary Clinton, se dizendo horrizada com os massacres na Síria, no mesmo dia em que um daqueles drones ( avião não tripulado) americanos bombardeava um vilarejo no Paquistão e matava seis crianças? O ditador sírio e sua esposa inglesa (que se chama Asma), são campeões de cinismo. Aliás, ele tem cara de asmático mesmo. Deve ser por causa dela.
     E o primeiro ministro de Israel, dizendo-se preocupadíssimo com a possibilidade de que o Irã desenvolva armas nucleares e fazendo cara de paisagem quanto às armas nucleares que Israel tem há décadas, sem nenhum controle da Agencia Internacional de Energia Atômica?
          Vejo campanhas na TV todo dia para defender o meio ambiente, e todos dizem pra gente fechar as torneiras, mas na primeira baixa de IPI nossos ambientalistas correm às lojas pra comprar mais carros e entulhar o mundo de automóveis que vão acelerar o efeito estufa, num consumismo lascado, incentivado pelo governo para evitar a crise e salvar a economia brasileira. Daqui a pouco ninguém anda mais nas nossas cidades.
       E a Denise Lagarde, a diretora do FMI que resolveu condenar os gregos à morte, porque eles acreditaram na mentira da União Monetária como forma de estabilidade, agora diz que está preocupada com as crianças da África, como se o FMI alguma vez tivesse feito alguma coisa que não fosse pelos banqueiros nesse mundo.
     Mas no meio de tudo, ainda existem algumas vozes altaneiras, de gente que não tem medo de falar a verdade, mesmo que seja para prejudicar os seus. Nosso velho e querido senador Pedro Simon, foi à tribuna para denunciar o esquema que PT e PMDB (partido dele) estão montando para livrar os governadores de serem convocados pela CPI. O velho Simão é uma das poucas vozes que nos restam.
     Como dizem os personagens marajoaras daquela novelinha da Globo (pois é, eu assisto):
     Arre égua!
    

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