Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O ódio à escola


Não são poucas as demontrações de ódio de alunos pelas suas escolas, em todo o mundo.
Hoje mesmo, dia 24 de novembro de 2009, a rede Globo passou uma reportagem sobre vandalismo numa escola de São Paulo.
Menos mal que no Brasil temos apenas vandalismo. Pior acontece nos países do norte, onde estudantes entram armados atirando contra tudo e contra todos e depois se suicidam, em terríveis atos de desespero.
Aí depois vêm as explicações dos especialistas. Problemas com os pais, culpa da televisão ou da internet, excesso de conforto na vida de classe média, crise de valores, etc.
Nunca vi um desses entendidos falar do óbvio, ou seja, de que os estudantes odeiam as escolas.
Afinal, ninguém ataca aquilo que ama. E se ataca é porque realmente sente raiva.
Nem é tão difícil entender o porque de tanta raiva.
Quem já ouviu o discurso dos professores sobre educação? É uma coisa de doido.
Um monte de teorias completamente desligadas da realidade das escolas e da prática dos professores.
Mas não é só nas escolas que existe esse abismo entre teoria e prática, ele está por toda a parte.
Já observaram a quantidade de conselhos que existe nas cidades brasileiras? Tem conselho pra tudo, pra saúde, educação, cultura, turismo e por aí vai, e tome discurso sobre cidadania pra justificar a participação do povo em tudo o que o governo faz, como se os governos realmente ouvissem algum conselho.
Pra que serve tudo isso? Pra justificar uma prática autoritária e mentirosa daqueles que controlam o dinheiro público e as nossas vidas.
Todos nós sabemos que a educação no Brasil foi montada para impedir os pobres de progredirem.
Isso está entranhado nos professores, diretores e nos próprios alunos, que não esperam outra coisa. Sabem que é tudo uma grande farsa.
Como os conselhos disso e daquilo, que só servem como escada para quem quer fazer carreira na política, com algumas honrosas excessões.
A verdade, amigos leitores, é que vivemos num mundo de faz de contas, em que a realidade é mascarada pelo conluio entre a grande imprensa e os grandes grupos econômicos que controlam tudo.
Quem quiser ir contra isso não consegue nada, é banido, fica mal visto, é chamado de maluco.
Então, algumas pessoas menos comprometidas em "ser alguém na vida", resolvem mostrar que estão vendo a grande mentira e, como não tem um canal legítimo para se expressar, desembocam no quebra-quebra.
Nos países do norte onde a vida é muito mais regrada e controlada pela polícia, se alguém fizer isso corre o risco de ir parar no sistema penintaciário, que não dá mole pra ninguém.
Então melhor se matar logo, mas antes levando um monte de gente com eles.
Quem eles levam junto? Os otários que teimam em acreditar que estão vivendo numa democracia, que não conseguem enxergar a grande manipulação.
Muito triste tudo isso.
Mais triste ainda é ver a cara de pau de quem se presta para achar explicações, colocando a culpa nos alunos. É um discurso antigo: o aluno é sempre o culpado.

Contraponto



Na contramão de tudo isso, boas práticas na escola rendem imediato alto astral entre alunos, professores e funcionários e o que é bom tem que ser dito.
É o caso da II Feira de Ciências, Arte e Cultura no Colégio Estadual Carlos Souto, em Rio de Contas.
Parabéns à direção, aos alunos, professores e funcionários, que numa sinergia muito boa, deram uma demonstração do que pode ser o entusiasmo pelo conhecimento.
Nada como um trabalho em equipe.
Uma feira de Ciências vale mais do que mil discursos sobre educação.
Viva Rio de Contas!



Abraço a todos

Ricardo Stumpf