Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

sábado, 7 de abril de 2012

Rapidinhas

Bradesco, nunca ao seu lado

     Propaganda de banco é uma coisa linda, não é? Todo mundo feliz, vivendo no melhor dos mundos. Mas a realidade é bem diferente.
     A imprensa diz que o Bradesco teve um lucro recorde no ano passado, mas eu acho que tem algo errado com esse banco. Seus caixas eletrônicos estão sempre quebrados, fora do ar ou sem dinheiro. Além do que, a maioria deles é uma velharia.
     Eles agora inventaram o negócio de botar a mão, para leitura da palma, em substituição à senha. Isso foi legal. Mas o problema é que os caixas, que já são poucos, não funcionam.  O jeito é usar o Banco 24 horas (sempre ao lado) e pagar uma tarifa extra para retirar dinheiro. Uma droga.
     Quando a gente precisa, este banco nunca está ao nosso lado, ao contrário do que diz a propaganda.
    
     O fim dos Demos
  
 O velho partido da ditadura militar (Arena - PDS - PFL - DEM), está mesmo chegando ao fim, como predisse o ex-presidente Lula. O ocaso do partido criado pelos militares fascistas que implantaram a ditadura (gosto de fazer a ressalva, pois havia muitos militares democratas, que foram as primeiras vítimas do golpe de estado de 1964), com apoio dos Estados Unidos, já não tem lugar no nosso panorama político.
     A velha política de alinhamento com os americanos acabou faz tempo e o neo-liberalismo que eles quiseram implantar para prolongar o controle dos grandes grupos econômicos sobre a nossa sociedade, graças a Deus também já vai longe.
     O caso do senador DEMÓstenes Torres é bem expressivo do que é essa gente: um bando de capachos de qualquer bandido que tenha dinheiro, fazendo qualquer coisa para enriquecer as custas da miséria do povo.
     Estão definhando rapidamente e já vão tarde.

Estádios da copa


O estádio Castelão, em Fortaleza, começa a colocar as peças de sustentação da nova cobertura


     Não entendo a histeria de parte da imprensa sobre as obras dos estádios para copa de 2014. Vivem dizendo que as obras estão atrasadas, numa ansiedade sem sentido.
     Eles não sabem que obras deste porte tem que vencer várias fases demoradas? Primeiro vem os projetos, depois os financiamentos, depois os licenciamentos ambientais, urbanos e em alguns casos, com problemas com desapropriações e até com minorias étnicas, como áreas remanescentes de quilombos ou indígenas.
    Depois de tudo isso vem as obras em si, que tem que começar das fundações, para depois irem subindo.
     Mas parece que alguns repórteres querem que os estádios apareçam por encanto, como se alguém tivesse uma varinha mágica e... zás!!! Tudo estaria pronto imediatamente.
     O governo já disse que todas as obras estão dentro do cronograma  mesmo as mais atrasadas, como as de Porto Alegre e Natal, ficarão prontas à tempo.
     Calma gente, é preciso fazer direito, pra depois não reclamarem que ficou mal feito.

 AMILCAR CABRAL

 Esta semana, em viagem a Cabo Verde, na África, publico uma poesia de Amílcar Cabral, herói da independência deste país irmão.
REGRESSO
Mamãe Velha, venha ouvir comigo
O bater da chuva lá no seu portão.
É um bater de amigo
Que vibra dentro do meu coração
A chuva amiga, Mamãe Velha, a chuva,
Que há tanto tempo não batia assim...
Ouvi dizer que a Cidade-Velha
– a ilha toda –
Em poucos dias já virou jardim...
Dizem que o campo se cobriu de verde
Da cor mais bela porque é a cor da esp’rança
Que a terra, agora, é mesmo Cabo Verde.
– É a tempestade que virou bonança...
Venha comigo, Mamãe Velha, venha
Recobre a força e chegue-se ao portão
A chuva amiga já falou mantenha
E bate dentro do meu coração!
Cabo Verde  
Praia

     Prezados amigos, estou em viagem a Cabo Verde, país de lingua portuguesa constituido de dez ilhas na costa ocidental da Africa.
     Num voo direto pelo boeing 757 na companhia TACV (Transportes aéreos de Cabo Verde), à partir de Fortaleza, depois de apenas três horas e meia, eu e meu amigo Adriano Araújo cruzamos o Oceano Atlântico e chegamos à cidade de Praia, capital do arquipélago, na quinta-feira a noite. Pra quem está acostumado com a miséria das empresas brasileiras é uma agradável surpresa ser servido com um jantar quente, salada, sobremesa e bebidas (vinhos cervejas, refrigerantes e sucos, além do tradicional grogue caboverdiano)
     Ontem sábado, visitamos o Plateau, como é chamada a área central da cidade onde se encontra o governo do país e algumas ruas comerciais importantes. Estava tudo meio deserto, devido à sexta-feira da paixão. Depois fomos visitar a Ribeira Grande, também conhecida como Cidade Velha, primeira capital da antiga colônia portuguesa, e segundo os caboverdianos, a primeira cidade fundada pelos europeus nos trópicos, às margens do único curso d'água da ilha (hoje seco) e foi objeto de vários ataques de piratas, dentre eles o famoso Francis Drake que a atacou duas vezes, e por isto foi abandonada. Hoje é um ponto turistico, onde se destacam algumas construções da época colonial.
      As mais importantes são a Igreja de N.Sra do Rosário,a esquerda, que segundo o vídeo que nos foi mostrado, chegou a ser visitada por Cristóvão Colombo, Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama, e o forte de São Felipe , à direita, mandado construir pelo Rei da Espanha, Felipe II (na época da União Ibérica, quando Portugal e suas colônias passaram a pertencer à Espanha)
     Cabo Verde era uma parada quase obrigatória na volta dos navios portugueses que vinham do Brasil para Lisboa, muitas vezes carregados do nosso ouro. Paravam para se reabastecer e para fazer trocas. Era um entreposto comercial importante, inclusive de escravos (a tenebrosa história da escravidão na África será objeto deste blog em próximo artigo), dai o interesse dos piratas e corsários como Drake, financiados pela rainha da Inglaterra.
       A cidade de Praia se situa na Ilha de Santiago, ao sul do arquipélago, e tem uma configuração urbana interessante: o chamado Plateau é realmente um platô que se ergue em frente ao mar, onde se localiza a administração do país, que ficou independente de Portugal em 1975.
     Do outro lado a Achada de Santo Antonio é outro platô, onde se localiza alguns conjuntos residenciais e o simpático bar e restaurante O Poeta, com um linda varanda em frente ao mar, de onde se pode ver o luar e saborear um bom vinho caboverdiano (abaixo).


Achada significa "campo aberto" ou esplanada. Cabo Verde tem muitas achadas, segundo nos explicou o recepcionista do hotel.
     A configuração é tipica das cidades coloniais portuguesas, que ocupavam primeiro as partes altas, para facilitar a defesa em caso de ataques militares e com o tempo iam descendo para as partes baixas e aterrando a beira-mar para abrir avenidas e construir áreas portuárias.
     O país e simpático, tem um povo simples e muito "na dele". Nos locais turísticos ninguém perturba querendo nos guiar ou vender coisas, como no Brasil. Eles simplesmente ignoram os turistas. Vivem a vida deles e nos olham com uma certa desconfianca, embora sejam gentis.
                                     Casa de pedras coberta de palha na Ribeira Grande ou Cidade Velha
     Cabo Verde é uma democracia estável, no meio da instabilidade política africana e está começando a desenvolver sua indústria do turismo. O mar é incrivelmente azul e está por toda parte. Amanhã, domingo, seguiremos para a cidade de Mindelo, na Ilha de São Vicente, considerada a capital cultural do país, e por isto publico o blog hoje, sábado.