Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 17 de janeiro de 2010



Eufemismos

Pois é, amigos leitores.
A história do interior é a história das famílias e em cada família há sempre gente boa e alguns que se desviam do caminho.
A história da Bahia é cheia de famílias, muitas heróicas, deram filhos de valor à terra, outras nem tanto, mas que deram filhos e filhas de igual valor, embora anônimos.
O anonimato não tira o valor das pessoas e já dizia Jesus, que a Terra pertencerá ao mansos.
Mas entre histórias de famílias, envolvidas na política do interior, uma prática tornou-se comum, desde o tempo das sesmarias; que é a do entrelaçamento dos interesses familiares com o interesse público.
Começa-se sempre com um discurso idealista, amarrado depois aos interesses partidários, que já exigem algumas concessões e depois vem os cargos e os negócios, as vantagens, e aí não se pode mais apear-se do poder sem causar um grande estrago aos interesses familiares.
Então o que era um discurso cheio de ideais passa a ser um outro, cheio de justificativas, com as quais tentam se convencer, e também aos outros, que continuam sendo boas pessoas, mas que é preciso ser realista, etc, etc.
O que era errado, passa a ser uma contingência da política, o que era intolerável passa a ser tolerado em nome de um pretenso realismo e o que era traição, passa a ser flexibilidade.
A política adora eufemismos.
Não é uma pena?

Piñera

A direita ganhou as eleições chilenas.
Bem, o candidato derrotado não era bem de esquerda...
Digamos que era um pouquinho mais ao centro.
Isso é o que acontece quando uma força política tenta se eternizar no poder. Os quadros envelhecem, a corrupção se instala, a população desacredita.
A maioria dos jovens não foi votar (no Chile não é obrigatório). estão cansados da mesma turma no poder.
Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.

Abraço a todos

Ricardo Stumpf