Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 2 de maio de 2010




                                      Amor e Desamor

     Prezado amigo leitor.
    
     Alguém já disse que a solidão é uma coisa diária.
     Tem dia que é mais fácil, tem dia que é mais difícil e vai-se administrando essa dificuldade diariamente para ir sobrevivendo.
     Fácil falar mas perder um amor é uma coisa muito difícil. A gente ama e odeia ao mesmo tempo, toma resoluções definitivas que só aumentam a insegurança, quando bate a saudade quer voltar, quer esquecer, quer fugir, mas o vazio está ali, enorme, envolvendo a gente.
     Difícil seguir em frente tentando não olhar pra trás e ir juntando os cacos do coração partido em mil pedaços. Difícil se olhar no espelho e tentar reerguer o amor-próprio, fazer algum plano, qualquer plano, pra dar sentido a uma vida desnorteada pela ausência repentina de sua metade.
     Mas é a inércia da rotina que vai colocando as coisas no lugar e a memória da dor nos leva a seguir em frente, sabendo que voltar atrás é impossível. E a estrada parece tão árida e sofrida até que começamos a perceber uma flor aqui, um pôr de sol bonito lá adiante, um perfume inesperado da manhã e então, sem que percebamos, a alma vai cicatrizando, vai renascendo e sentimos reacender aquela chama da vida que nos dá alegria de estar nesse mundo, de habitar um corpo, e surgem as idéias, novas idéias, que nos impulsionam para algum lugar novo no nosso imaginário humano pleno de inquietudes e curiosidades.
     E o sofrimento nos ensina a humildade de saber-se pequeno e frágil, nos ensina que precisamos muito dos outros, que precisamos até das pedras da rua, que fazemos parte de um todo e que somos ao mesmo tempo parte e todo, indivíduo e coletivo, competição e cooperação e nos faz olhar as coisas que antes julgávamos tão importantes com misericórdia e desprendimento.
     E assim entendemos finalmente que somos pouco, mas fazemos parte de um muito, somos pequenos mas pertencemos a algo grande e que não vale a pena apequenar a alma, amesquinhar a existência, perder-se desse sentido de grandeza.
     Nossa alma pertence a uma grande alma coletiva da humanidade (assim como pertencemos também à grande biosfera terrestre), à um cortejo de almas que caminha pelas sendas da evolução e que aprendemos na alegria e na dor, na dificuldade e na vitória e que todo amor vale a pena, mesmo quando foi perdido.
     Mas o bálsamo para consolar aqueles que perdem um amor é saber que a vitória está sempre com quem amou, mesmo que sofra pela perda, e que a verdadeira derrota nesta vida é não saber amar.

Abraço a todos

Ricardo Stumpf