Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


Multipla Cidade
Intervenção urbana

Este é o nome do trabalho que está sendo apresentado em Vitória da Conquista nesta semana (de 23 a 27 de fevereiro), em áreas abertas, esquinas de ruas, rodoviária, feiras, etc.
Trata-se de um painel com diversas expressões artísticas, com fotografia, poesia, teatro, vídeos e literatura.
Segundo seus curadores, Rogéria Maciel e Rogério Oliveira, a idéia surgiu de um debate sobre a arte em Conquista, considerada por muitos como aprisionada em formas tradicionais, que a distanciavam da população que não está acostumada ou não tem condições financeiras de consumir cultura. Por isso mesmo, a arte também não vinha refletindo a vida da cidade e ficando presa a referências externas.
 Levar a arte para espaços não tradicionais, abertos, cenários do cotidiano do conquistense e especialmente, tratar o tema da migração, já que Conquista é uma cidade que recebe muita gente de fora, foram os objetivos principais.
Do debate inicial o grupo partiu para a elaboração de um projeto, dentro do Edital Matilde Matos, do programa Mais Cultura, do Governo do Estado da Bahia, e foram contemplados com os recursos para realizar o evento.
 Ponto: teatro de rua em Conquista
Pude assistir à peça de teatro de rua intitulada Ponto, que simula situações vividas pela população em um ponto de ônibus. O texto foi elaborado a partir da idéia inicial de Shirley Ferreira, que também o dirige, mas é uma criação coletiva dos atores, o que inclui ela mesma, Don Dellarquezza, Iara Soares e Mário Luz.
Shirley pertence ao grupo de teatro Finos Trapos, surgido em Conquista e hoje atuando em Salvador, para onde seus componentes se mudaram em busca de formação acadêmica. Seu retorno para a montagem desse trabalho em Conquista demonstra seu compromisso com a cultura de sua cidade natal.
A performance dos atores no meio da rua é impecável, resultado de um texto muito rico e uma direção rigorosa, que parece compreender muito bem a linguagem e as situações vividas pelo povo de Conquista.
 
Poesia na rodoviária: temas do cotidiano conquistense

Bom saber que não se faz cultura na Bahia só em Salvador.
Esperamos que a experiência se espalhe pela região sudoeste, tão rica em saberes e fazeres e com tanta coisa a dizer à Bahia e ao Brasil.
Para quem estiver em Conquista, ainda dá pra assistir à última apresentação do grupo, amanhã, sábado, 27 de fevereiro, no CEASA, às 8,00 h. da manhã.

Abraço a todos

Ricardo Stumpf