Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

sábado, 21 de janeiro de 2012

Rapidinhas
Va a bordo, cazzo!

    
     Essa é a frase da semana, do capitão da marinha italiana mandando o comandante do navio Costa Concórdia voltar a bordo para salvar os passageiros.
     Caramba, sempre achei esses novos transatlânticos altos demais. São verdadeiros edifícios flutuantes.
     Mas já repararam como cada vez mais acontecem problemas nesses cruzeiros? Ou é intoxicação alimentar com mortes à bordo, ou piriri geral  e até acidentes graves como esse, com um comandante que foge do navio e deixa os passageiros se lascarem.
     Boa romaria faz quem em sua casa fica em paz!

Aécio retumbante?

     Ainda não assisti, mas achei aquele seriado Brado Retumbante, uma maneira de introduzir Aécio Neves no imaginário do povo brasileiro. O ator que faz o deputado que assume o poder repentinamente, tem o mesmo tipo físico de Aécio e a história é meio sem pé nem cabeça.
      Um sujeito jovem, honesto e mulherengo que é jogado na presidência e se recusa a compactuar com a corrupção...
     Não sei não, mas está me parecendo campanha antecipada.
     Como a Globo tem um histórico muito negativo de manipulação eleitoral, tudo pode se esperar.

Passaredo


   Em 2011, comprei uma passagem de ida e volta, pela empresa Passaredo, entre Vitória da Conquista e Fortaleza, com ida marcada para o dia 22 de outubro e volta para o dia 28. Fui até o aeroporto de Conquista fazer a compra, pois pretendia pagar a vista e via internet só é possível comprar no cartão de crédito.
     Paguei R$848,34 só pela ida, no débito, na agência de turismo VOAR, localizada no aeroporto, indicado pela própria moça da Passaredo, que me disse que eles não vendiam no balcão.
     No dia do voo o avião não pousou devido ao mau tempo. Formou-se então uma fila para que fossem anotados os nomes dos passageiros, que podiam pedir ressarcimento ou guardar o bilhete para outra ocasião. Pedi ressarcimento e uma moça anotou meu nome, meu telefone e o número do meu cartão de débito num papel, dizendo que eu receberia o dinheiro de volta num prazo entre 15 a 45 dias.
     Cheguei a Fortaleza por outros meios e retornei, usando a passagem de volta, no dia 28.
     No dia 30, sem receber nenhuma comunicação, resolvi entrar no site da empresa. Acessei o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) e fiz novamente o pedido de reembolso.   No dia seguinte recebi uma estranha ligação de São Paulo (código 016), dizendo que informações sobre prazo de ressarcimento eram de responsabilidade da agência de turismo. Imediatamente fui ao aeroporto e questionei o atendente da agência que me disse que eles apenas intermediavam as passagens e que a responsabilidade era da empresa.
     Fui ao balcão da empresa e uma jovem acessou o sistema da empresa, confirmando que meu pedido havia sido protocolado através do SAC, apenas no dia 30 /10 (ou seja, a tal moça que anotou os nomes dos passageiros no dia do voo cancelado, não havia pedido nada).
    Pedi então que a moça imprimisse para mim um comprovante, o que ela fez.
    Não tendo recebido nada, no dia 17 de janeiro de 2012, entrei novamente no SAC da Passaredo, passei os números do localizador e do protocolo de reclamações e um atendente depois de me fazer esperar 15 minutos disse que não constava nada. Ou seja, meu dinheiro, pago à vista, simplesmente evaporou do sistema da empresa.     Não é ótimo? Esse passarinho gosta de pegar dinheiro alheio

A educação brasileira refém da política

     Eu trabalhava no Ministério da Educação quando Tarso Genro assumiu o cargo, no lugar de Cristóvão Buarque, demitido por telefone por Lula, por falar muito e fazer pouco.
     Tarso não tinha a menor ligação com a educação e era apenas mais um político que havia perdido a eleição e precisava de um cargo público para não ficar no ostracismo. No Ministério não fez muita coisa, até porque não ficou muito tempo, mas me lembro de uma reunião em que todos os técnicos concursados que acabavam de ser admitidos (eu no meio) foi realizada para que o então Secretário Geral do Ministério nos passasse um pito, mandando que parássemos de reclamar.
     O Secretário era Fernando Haddad, trazido de Porto Alegre por Tarso e as reclamações dos concursados eram principalmente ligadas à falta do que fazer. Gente com mestrado e doutorado era mantida lá apenas para fiscalizar o que as agências internacionais de financiamento (Banco Mundial e BIRD) determinavam para a educação brasileira. Então pra que exigir tanta competência nos concursos?
     Me lembro que a reunião foi um balde de água fria nos ânimos e depois disso o pessoal passava o dia inteiro estudando pra outros concursos, já que ali não dava pra fazer nada mesmo.
     Logo Tarso Genro foi para o Ministério da Justiça e Fernando Haddad ficou com o cargo, com a justificativa de que seria um quadro "técnico". Mas que eu saiba ele não tinha experiência nenhuma em educação, portanto se era um quadro técnico, era apenas administrativo.
     Tantos anos depois e o quadro técnico vai ser candidato a eleição para prefeito de São Paulo, enquanto a educação brasileira continua a mesma droga, sem solução à vista. Para o seu lugar virá Aloízio Mercadante, economista que também não tem nenhuma visão crítica dos problemas da educação. Mas era preciso presenteá-lo com um cargo de prestígio, para mantê-lo afastado da eleição paulistana e permitir que a alquimia de Lula (sem trocadilhos), consiga destronar o PSDB do seu reduto. Também a Cultura entrou nesse jogo e parece que terá seu Ministério presenteado a Marta Suplicy, que não tem e nunca teve nenhum compromisso com a cultura, como prêmio de consolação por ter renunciado à candidatura em favor de Haddad.
     Não é sintomático que a educação e a cultura sejam usados nesse joguinho, como se fossem ministérios irrelevantes? Depois os políticos vem falar da importância da educação para o desenvolvimento brasileiro (da cultura nem falam).

PARA A MÃE TERRA

     Vejam que pérola achei no blog http://caminhocelta.blogspot.com/

“Abençoado seja o Filho da Luz
que conhece sua Mãe Terra,
pois é ela a doadora da vida.
Saibas que a tua Mãe Terra está em ti e tu estás Nela.
Foi Ela quem te gerou e que te deu a vida
E te deu este corpo que um dia tu lhe devolvas.
Saibas que o sangue que corre nas tuas veias
Nasceu do sangue da tua Mãe Terra,
o sangue Dela cai das nuvens, jorra do ventre Dela
borbulha nos riachos das montanhas
flui abundantemente nos rios das planícies.
Saibas que o ar que respiras nasce da respiração da tua Mãe Terra,
o alento Dela é o azul celeste das alturas do céu
e os sussurros das folhas da floresta.
Saibas que a dureza dos teus ossos foi criada dos ossos de tua Mãe Terra.
Saibas que a maciez da tua carne nasceu da carne de tua Mãe Terra.
A luz dos teus olhos, o alcance dos teus ouvidos
nasceram das cores e dos sons da tua Mãe Terra
que te rodeiam feito às ondas do mar cercando o peixinho.
Como o ar tremelicante sustenta o pássaro
em verdade te digo, tu és um com tua Mãe Terra
ela está em ti e tu estás Nela.
Dela tu nasceste, Nela tu vives e para Ela voltará novamente.
Segue, portanto, as Suas leis
pois teu alento é o alento Dela.
Teu sangue o sangue Dela.
Teus ossos os ossos Dela.
Tua carne a carne Dela.
Teus olhos e teus ouvidos são Dela também.
Aquele que encontra a paz na sua Mãe Terra não morrerá jamais,
conhece esta paz na tua mente
deseja esta paz ao teu coração
realiza esta paz com o teu corpo.”
(Evangelho dos Essênios)

Transmissão de consciência

     Prezados amigos leitores.
     No mês passado, completaram-se 20 anos do fim da União Soviética, que era uma federação de países socialistas e comandava uma luta mundial contra o capitalismo.
     A antiga URSS, não foi derrotada pelos Estados Unidos e seu liberalismo econômico, mas caiu por conta de suas próprias contradições. Era uma ditadura que praticava uma espécie de capitalismo de estado, que já havia se afastado há tempos do sonho socialista de um governo de autogestão dos trabalhadores, mas era quem mantinha uma crítica constante e pertinente contra o capitalismo e o imperialismo.
     Com o seu fim, o capitalismo se espalhou pelo globo e os Estados Unidos viraram a potência dominante, com suas guerras, seu consumismo que vai destruindo o planeta e com o neoliberalismo, um sistema antigo que voltou com força, propondo o fim dos controles sobre o capital, causa das constantes crises econômicas, cuja lógica é a mesma das guerras: destruir tudo para depois reconstruir de novo, de forma a ter mercado novos para seus produtos.
     Mas o que fazer para impedir que a memória do socialismo ou da luta contra o capitalismo, se mantivesse viva nas mentes da espécie humana? 
     Esse era um problema para os donos do capital que precisam controlar os corações e as mentes dos habitantes do planeta para que seu injusto sistema econômico continue prevalecendo. Como eles controlam toda a mídia (a internet também, através dos provedores), resolveram simplesmente passar uma esponja no passado, nunca se referindo ao socialismo a não ser pejorativamente, como se aquilo fosse um pesadelo que precisasse ser esquecido.
     Também apostaram pesado na alienação da juventude, antes muito interessada em soluções coletivas para os problemas do mundo e agora estimulada a pensar apenas em si própria, em consumir e andar na moda.
     Mas o que aconteceu com a memória dos bilhões de seres humanos que apoiavam o socialismo, ela simplesmente despareceu? A estratégia de silenciar sobre as teses socialistas parece voltada para o esquecimento, apostando em que as gerações mais velhas vão morrendo e as novas não tenham contato com o debate sobre as injustiças do capitalismo.
     Como explicar, entretanto, o renascimento do debate sobre o socialismo em países ricos como os Estados Unidos e a União Européia? Como explicar que os movimentos do tipo Occupy Wall Street tenham tanto vigor e sejam capazes de se articular globalmente para protestar?
     Me parece que a estratégia do capital esqueceu a importância das famílias, como instrumento de transmissão de conhecimentos. Os pais continuaram ensinando os filhos, continuaram formando suas consciências e mostrando a eles onde está a verdade.
     Assim, a consciência do bem e do mal vai passando através das gerações e a luta por um sistema mais justo vai tomando novas formas, aprendendo com a experiência histórica e abrindo novas portas para propostas transformadoras.
     As crises das economias capitalistas avançadas, paralelamente ao sucesso da economia mista chinesa, onde o capital é controlado pelo Estado, mostra a relação direta e clara entre planificação e crescimento econômico, sem deixar que grupos privados provoquem a chamada destruição criativa, tão comum no capitalismo e que atinge apenas os mais pobres, ajudando a enriquecer mais ainda os ricos.
     A crise das ditaduras árabes também tem ajudado a refletir sobre que democracia queremos e com que mundo é possível sonhar: um mundo integrado, onde a cidadania controle não apenas os governos, mas também as empresas e a economia, através de democracias que não sejam encenações, mas que signifiquem um controle efetivo do povo sobre seu destino.
     Como diz o lema dos Fóruns Sociais Mundiais: um outro mundo é possível!