Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Rapidinhas

Quem é baderneiro?    

     A polícia de José Serra continua matando.
     Pra quem idolatra o PSDB e suas velhas propostas neoliberais, aconselho dar uma olhada em como o Estado de São Paulo, sob comando dos emplumados tucanos, trata o povo.
     Os professores são tratados como bandidos e suas manifestações são reprimidas à bala e cacetete pela polícia tucana, sob pretexto de que seriam baderneiros.
     Esse adjetivo é sempre usado pela direita quando quer desqualificar um protesto popular. É bom lembrar que a greve é um direito legítimo dos trabalhadores, amparado pela Constituição Federal. Lutar por direitos e por melhoria de vida não é fazer baderna. Na verdade quem arma a confusão é sempre a polícia, como fez na saída do estádio do Pacaembú quando atacou as torcidas do Flamengo e do Coríntians.
     As torcidas são violentas? Não necessariamente.
     Existem pessoas e grupos violentos nas torcidas, que precisam ser identificados e presos e não atacar todo mundo, inclusive mulheres e crianças que iam saindo do estádio.
     O elitismo tucano ataca também os motoboys. Dois foram assassinados recentemente por policiais, sendo que o último na frente de sua mãe, no dia das mães, por andar com uma moto sem placa.
     O fato é que há um preconceito herdado do século XIX, mas ainda presente nas nossas elites mais atrasadas, de que as classes trabalhadoras são classes perigosas, porque se organizam para fazer greves e agitações políticas e também porque são pobres, deseducadas e vistas pela burguesia como fonte de todos os vícios e maus hábitos. É claro que esse preconceito está sendo transmitido para a polícia, pelo governo paulista.
     Esse tipo de atitude não decorre de erros, que se resolvam com pedidos de desculpas, mas dá pra identificar um padrão na violência policial, baseado no elitismo Tucano. Já pensou em como seria o Brasil governado por essa gente? Do que seria capaz uma Polícia Federal, perseguindo pobres, negros e trabalhadores pelo Brasil afora?
     Acho que já tivemos bastante disso na ditadura.

O futuro da Igreja Católica

     Quando a gente dizia que a Igreja Católica era hipócrita, vinham com um monte de reprimendas, de que isso era preconceito, etc e tal. Agora está aí, desmascarado o escândalo. Séculos de violência sexual nas escolas e conventos, ocultos pela hipocrisia de padres, bispos e papas.
     Um segredo de polichinelo. Todo mundo sabia, mas ninguém podia falar nada.
     As vítimas agora estão tomando coragem, vencendo a vergonha e o preconceito e o escândalo não para de crescer.
     Por trás do discurso preconceituoso contra os homossexuais, todo mundo sabe que a maioria dos padres é homossexual e pratica o sexo dentro e fora das igrejas. A pedofilia vem dos hábitos solitários de padres e freiras e do contato diário com jovens e crianças de ambos os sexos, nos orfanatos e nas escolas onde os pequenos ficam indefesos diante dos que deviam cuidar deles.
     O discurso hipócrita do celibato, que todos sabem que é uma mentira, apenas serve para encobrir as taras desenvolvidas por aqueles que são proibidos de viver uma sexualidade sadia, através de casamentos que lhes proporcionem uma vida sexo-afetiva que todo ser humano precisa para ser feliz e equilibrado.
     Mas esta igreja está emparedada em seus dogmas e preconceitos e parece incapaz de se reformar, principalmente com este papa, que já pertenceu a juventude hitlerista (nazista) quando era ainda um rapaz.
     Respeito muito a fé de qualquer pessoa, o que inclui os católicos. O que não respeito são as instituições humanas, que procuram se mascarar de divinas, para esconder ambições de riqueza e poder.

O medo de Dunga

     Pois é, meus amigos, nosso técnico optou pela cautela em oposição à ousadia. Preferiu uma seleção de atletas na casa dos trinta, já provados e testados em detrimento das revelações jovens e ainda indisciplinadas, mais difíceis de controlar.
     É o caso de se pensar se controle demais, cautela demais, não acaba sendo uma espécie de retranca prévia, um medo de avançar e arriscar.
     Se for assim, tudo bem que nossos craques trintões são excelentes, mas nos arriscamos a ter um desempenho medroso, talvez buscando mais preservar o que já foi conquistado em termos de fama e respeito, do que avançar para novas conquistas.
     Quem sabe no decorrer da copa, Dunga perca esse medo e solte as feras em campo, lembrando a famosa frase de João Saldanha, quando disse que queria onze feras em campo, daí o apelido de "feras do Saldanha", para a seleção de 70 (que Zagalo já recebeu prontinha, por interferência do ditador Emílio Médici, que não queria que o comunista João Saldanha levasse os méritos de campeão do mundo).
     Coragem Dunga, solte as feras do Santos na África do Sul!

Abraço a todos

Ricardo Stumpf