Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

sábado, 16 de abril de 2011

Rapidinhas

FIOL

     Tive acesso ao RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) da Ferrovia de Integração Oeste Leste, que cortará a Bahia pela região sudoeste, saindo de Ilhéus e indo até Figueirópolis no Tocantins.
     A ferrovia passará entre Brumado e Livramento, na altura de Itaquaraí, onde haverá um pátio intermodal, ou seja, onde as cargas dos caminhões serão estocadas para serem embarcadas nos trens.
     É claro que isso irá provocar uma enorme transformação na região, abrindo milhares de empregos e fazendo que uma classe que já foi muito forte no Brasil, a dos ferroviários, recupere sua importância.
     Para ter acesso ao pecurso da ferrovia basta copiar e colar o link abaixo:
     http://www.seplan.ba.gov.br/sgc/arquivos/20100315_121003_mapa_ferrovia_oeste_leste.pdf
     para ter acesso ao rima o endereço é este:
     http://www.seplan.ba.gov.br/sgc/arquivos/20100427_160923_88FOL_RIMA_V2.pdf

Aeroporto de Conquista

      Esta semana pude ler o Plano Diretor de Vitória e o Código de Uso do Solo e de Edificações e Obras de Vitória da Conquista, documentos que me pareceram de excelente qualidade, elaborados na gestão do Prefeito José Raimundo.
      Tudo que reclamamos em artigo anterior, que estaria faltando na cidade em termos de política urbana, está previsto lá, assim como no Código do Meio Ambiente. Falta colocar em prática.
     Parece, no entanto, que a atual gestão não encara esses instrumentos com a devida importância. Porque será?
     À propósito, parece que o novo aeroporto de Conquista vai mesmo sair no povoado conhecido como Pé de Galinha. Dizem as más línguas que Conquista resolveu imitar o Rio de janeiro. Lá o aeroporto é o Galeão, em Conquista será o do Galinhão. Ô gente maldosa...


O potencial de Rio de Contas

     Rio de Contas é um lugar fantástico, cercado pela Serra das Almas, cheio de encanto, de clima muito aprazível e dona de um patrimônio histórico invejável.
     Conheci muita gente que chegou por lá cheia de projetos, dizendo como a cidade deveria ser, mas que na verdade trouxe eses projetos prontos de outros lugares e tentava implantar suas idéias sem consultar os habitantes locais.
     Esses, por sua vez, parecem ignorar tudo isso e seguem sua vida, como se o mundo lhes fosse indiferente, especialmente os moradores das áreas rurais, que viveram muito tempo isolados e se tornaram reféns de políticas clientelistas, geradoras de atraso e pobreza.
     No entanto, o município tem um grande potencial em várias áreas, que eu gostaria de começar a discutir aqui, não como mais uma idéia de alguém de fora, mas como uma tentativa de debater com os leitores desse blog, após tantos anos residindo por lá, conhecendo e observando as riquezas das suas terras e da sua gente.
     Como primeira sugestão gostaria de resaltar que o município tem vocação para sediar várias atividades culturais, entre as quais cursos universitários, a exemplo de Ouro Preto, o que traria grande dinamismo para sua economia sem ameaçar o patrimônio histórico. A própria Universidade do Sudoeste da Bahia poderia abrir um Campus Avançado por lá, criando alguns cursos na área de história, arqueologia, geologia, agricultura natural e outros.
     Quem não gostaria de fazer um curso em lugar tão especial? Creio que se uma comissão fosse à UESB fazer a sugestão, talvez uma comissão formada por alguns vereadores, comerciantes, pessoas influentes da cidade, com a presença de algum deputado estadual e/ou federal, poderíamos ter alguma chance de êxito.
     Acho que ficar esperando uma iniciativa da Prefeitura é uma perda de tempo.
     Está na hora da sociedade local se mobilizar em busca de um futuro melhor para o município e seus habitantes.
    
     O Prazer de Matar

     Não precisa ir muito longe para entender as causas de tantos assassinatos irracionais, com gente atirando nas outras pelo simples prazer de se sentir poderoso. Basta entrar numa lan house em qualquer lugar do Brasil e ver os joguinhos eletrônicos que são franqueados livremente a qualquer criança.
     A maioria deles tem como único tema o assassinato com armas de fogo, onde o jogador é colocado operando uma arma e vai eliminando pessoas que aparecem na sua frente, ensinando aos jovens que matar pode ser uma diversão e que quanto mais pessoas você matar, mais pontos você faz para ganhar o jogo.
     Esse tipo de jogo é uma verdadeira escola de violência e deveria ser proibido, mas logo que se faz uma crítica vem o lobby dos fabricantes que colocam psicólogos para dizer que isso não tem influência alguma sobre a formação do caráter dos jovens.
     Se não tivesse não haveria censura de idade para espetáculos diversos, vedando aos mais jovens o acesso a episódios de violência gratuita.
     Já passou da hora de acabar com isso.
A parte que eu deixei

     Esse é o título do livro de poesias que ganhei do autor, Fillipe Sampaio.
     A impressão que tive ao fazer as primeiras leituras é a de que a poesia brota da alma de Fillipe assim como a água limpa brota da fonte: aos borbotões. 
     A emoção que a leitura de sua poesia provoca também é muito forte. Deixo aqui para vocês uma pequena amostra: 

     Tais questões
E então tais questões tomaram conta dos meus dias. Questões que não me sossegam, que não se respondem; que flutuam o tempo inteiro nos balões. São questões insolucionáveis!
Meus olhos perderam o foco, ficam bêbados ao horizonte do nada, sempre buscando resposta às questões...
Meus lábios perderam o sabor e agora tem sabor nenhum e ousam sempre sorrir ao horizonte do nada, sempre buscando resposta às questões...
Minhas mãos perderam a coordenação, vagam inusitadamente pelo meu corpo de horizonte do nada, sempre buscando resposta às questões.
É tão confuso não pensar ou pensar. É tão confuso, tudo tão confuso e tão claro ao mesmo tempo.
Eu queria saber do clima... Você vai sentir minha falta? Tenho medo que um dia chegue e que você não saiba meu nome, para jogarmos de novo.
Acredite, você é mais que uma melodia e mesmo assim eu canto.

Volte atrás, vire-se.
Às vezes me sinto um pouco só e você nunca está, por perto.
Às vezes eu me sinto um pouco exausto de ouvir o som das minhas lágrimas.
Às vezes me stresso quando penso no melhor dos dias que se passaram.
Às vezes eu sinto um pouco de medo e então vejo o seu olhar.
De vez em quando eu caio em prantos.
Às vezes eu me sinto um pouco sem ar e sonho com algo selvagem.
De vez em quando eu preciso de ajuda e me deito como criança sem seus braços.
Às vezes me sinto um pouco com raiva e sei que tenho que sair e chorar.

E eu preciso de você essa noite, eu preciso de você mais do que nunca e se você simplesmente me abraçar forte, nós ficaremos abraçados para sempre. E estaremos somente fazendo o certo porque nunca estaremos errados. Juntos nós poderemos levar isso até o limite por que seu amor é como uma sombra sobre mim o tempo todo.
Eu não sei o que fazer, estou sempre no escuro, estamos vivendo em um barril de pólvora e soltando faíscas e eu realmente preciso de você esta noite. A eternidade começou hoje à noite.

"Era uma vez... eu me apaixonei" e agora estou simplesmente desabando. Não há nada que eu possa fazer.

Durante algum tempo houve luz na minha vida e agora só há amor obscurecido.
Nada que eu possa dizer.

Às vezes eu sei que você nunca será a pessoa que sempre quis ser.
Às vezes sei que você sempre será a única pessoa que me aceita como eu sou.
E então eu sei que não há ninguém no universo tão mágico e maravilhoso quanto você.
Às vezes eu descubro que não há nada melhor e não há nada que eu não possa fazer.

     Fillipe é músico, poeta e estudante de arquitetura, vive em Vitória da Conquista, na Bahia,  e me autorizou a colocar suas poesias no blog. Atenção editores, aí está um grande talento surgindo.