Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 28 de agosto de 2011

Rapidinhas
O futuro da Líbia


     Tomada Trípoli, seguem os últimos combates na Líbia e intensificam-se as buscas pelo ditador Muamar Kadafi, que pelo visto tinha seu plano de fuga muito bem arquitetado. Saiu pela rede de túneis que fluía à partir do seu bunker e deve ter se mandado para algum lugar seguro, junto com sua família e seus tesouros. 
     Talvez esteja em algum emirado árabe, hospedado por algum Sheik amigo, ou quem sabe na Coréia do Norte, ou Irã, onde as forças da Otan não ousam entrar.
     A discussão agora é com o futuro da Líbia, que deve ser comandada pelo CNT, Conselho Nacional de Transição, até que se estruturem instituições democráticas no país capazes de realizar eleições limpas que possibilitem a formação de um governo constitucional e uma economia integrada ao mundo globalizado, o que não significa necessariamente aderir às políticas decadentes do FMI, como bem demonstra a crise da Europa e Estados Unidos. 
     Uma Líbia democrática, tende a se tornar uma pequena potência econômica em pouco tempo, assim como o Egito, e pela sua posição geográfica, tende a desenvolver uma integração econômica muito forte com a União Européia, sua vizinha, logo ali do outro lado do mar mediterrâneo.
     A próxima pedra a cair no Oriente Médio deve ser a Síria, completando a limpeza dos ditadores nas margens do mediterrâneo (a monarquia marroquina já se apressou em promover reformas democráticas e o governo da Argélia suspendeu leis de excessão prometendo eleições livres), permitindo que todas aquelas economias se integrem, entre si e com a Europa, o que pode incluir Israel, se aquele país se libertar dos seus sonhos expansionistas sobre o território palestino.
     Com o provável reconhecimento do Estado Palestino pela ONU em setembro, estariam dadas as condições para uma expansão sem precedentes da União Européia, com a inclusão da Turquia, Síria, Iraque, Líbano, Israel, Egito, Líbia, Argélia, Tunísia e Marrocos, passando a ser uma União Euro-mediterrânea, com um pezinho na Ásia.
     Utopia? Vejam o mapa do Império Romano, no momento de sua expansão máxima e observem como as fronteiras naturais da Europa são o deserto de Saara, ao sul, os montes Urais à Leste e a Península Arábica a sudeste, sendo a Turquia uma passagem para a Ásia.
     Com a fronteira do leste esbarrando na gigantesca Rússia, a expansão do grande mercado europeu só pode se dar para o sul e pelas margens do mediterrâneo, consolidando o velho sonho expansionista de todas as antigas potências européias, a última das quais foi a Alemanha de Hitler.
     Quem sabe este antigo sonho imperial não se construa agora, democraticamente, pela integração econômica e política entre esses povos, libertando o mundo de tantas tensões políticas e das inúmeras guerras que se originaram na região ao longo dos séculos.

O Rio Verruga outra vez


     Como consequência da manifestação realizada pela Faculdade de Arquitetura da Fainor em defesa do Rio Verruga, no dia mundial do meio ambiente, 5 de junho, intitulada Abraço ao Rio Verruga, o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Vitória da Conquista, entrou em contato com a Fainor, aventando a possibilidade de que alunos daquela faculdade, supervisionados e orientados por professores, inciem estudos sobre a área do Rio Verruga, no sentido de subsidiar um futuro projeto de despoluição e implantação do Parque Municipal, previsto no Plano Diretor da cidade, ligando as bacias do Rio Verruga e da Lagoa das Bateias.
     O parque, cuja proposta inicial se desenvolve ao longo do curso do rio, viria atender a necessidade premente de áreas verdes e de espaços de lazer para a população da cidade (com índices de depressão entre os mais altos da Bahia), além de recuperar a saúde do único curso d'água da sede municipal, melhorando, em muito, a qualidade de vida dos seus habitantes.
     Parabéns ao Conselho Municipal do Meio Ambiente pela iniciativa. Esperamos que essa cooperação possa gerar bons frutos, englobando inclusive outras instituições da cidade.

CEDECA em Conquista

     O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, entidade sediada em Salvador e dedicada à proteção de crianças e adolescentes contra a violência, promoveu reunião em Vitória da Conquista, no último dia 19 de agosto, com o intuito de implantar um núcleo regional na cidade.
     Compareceram à reunião, representantes do Creas Central e Rural, do Coselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente, do gabinete do Vereador Vivi Mendes e do Conselho de Psicologia de Vitória da Conquista, além do CEDECA Salvador, que conduziu toda a reunião, dirigida  pela advogada, Dra. Isabella Costa.
     Excelente iniciativa do CEDECA, que traz para Conquista sua experiência em prevenção da violência contra as crianças e adolescentes. Agora o CEDECA-Conquista deve entrar em fase de estruturação, o que significa inclusive fazer uma pesquisa preliminar para conhecer melhor a realidade de Conquista e região.
     O Site do CEDECA apresenta a entidade da seguinte forma:

O que é o CEDECA?



O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Bahia - CEDECA/Ba , fundado em 1991, é formado integralmente por entidades sociais e administrado por um Conselho de nove ONGs, das quais se elege uma diretoria de três membros com mandato de dois anos.
O Coordenador-executivo é um técnico especializado responsável pela criação e desenvolvimento de projetos, administração, articulações e representação.
O CEDECA/Ba tem como principal missão institucional participar do esforço coletivo no sentido de assegurar proteção jurídico-social (art. 87 do ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente), oferecendo mecanismos de garantia de seus direitos fundamentais quando violados ou ameaçados.
Suas ações, estratégias e alianças são dirigidas a partir de um trabalho prévio de pesquisas setoriais, colhendo dados de uma determinada realidade ou situação, para em seguida intervir com seu instrumental sócio-político-jurídico.
Foram selecionadas, inicialmente, três linhas de ação:
  1. o combate à impunidade dos homicídios praticados contra crianças e adolescentes, que apresentava um índice de 100%;
  2. o combate à violência e exploração sexual de crianças e adolescentes, visando o desmantelamento das redes, a responsabilização do explorador e mudanças na cultura nacional e na legislação a respeito dessa problemática;
  3. a localização e identificação de crianças e adolescentes considerados desaparecidos, com o objetivo de proporcionar seu retorno e reintegração à família e à comunidade originais.
José

     Dia 27 de agosto de cada ano eu me lembro de José.
     Sim, foi nesse dia que um pequeno ser veio ao mundo, em 1975, vivendo apenas 3 dias.
     Nascido de seis meses e meio, numa época em que não haviam ainda recursos para garantir sobrevivência aos prematuros, meu pequeno filho nasceu sem que seus pulmões estivessem ainda completamente formados. Mais duas semanas de gestação e ele teria sobrevivido, mas ele se foi no dia 30.
     Eu tinha apenas 24 anos, quando carreguei seu pequeno caixão com minhas duas mãos, sozinho, enquanto a mãe se recuperava da cesariana em um hospital. Na lápide, em sua sepultura, apenas uma palavra: Zezinho, como o chamamos desde o princípio da gravidez.
     Hoje teria 36 anos. Como seria o homem José? Como teria sido sua vida?
     Uma lembrança que nunca morre em um coração de pai.
     Uma dor que não tem remédio.