Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 23 de outubro de 2011

Rapidinhas

As peneiras da vida 


     Pois é, amigos leitores, como dizia um amigo meu, a vida é uma série de peneiras e algumas pessoas vão passando nelas e estão sempre ao lado da gente, outras vão ficando para trás, provando que não eram amigos de verdade.
     Tem gente que se dizia minha amiga e agora me vira a cara na rua. O motivo? Política!
     Impressionante como a política divide as pessoas! E tem gente que não se dá conta que está sendo instrumentalizada por outros que gostam de aprontar na sombra, sem aparecer.
     Um dia vai se dar conta, quando a coisa pegar para o seu lado. Mas aí já vai ter ficado nas peneiras passadas. Uma pena.

Kadhafi e Bin Laden

     As fotos e videos sobre a captura de Kadhafi, sugerem que ele e seu filho foram presos vivos e executados, o que está sendo condenado pela ONU e pelos americanos. Engraçado é que os americanos fizeram a mesma coisa com Bin Laden, com o agravante de terem escondido o seu corpo e o jogado ao mar, sem respeitar nem seus parentes, e ninguém nem a ONU, nem os países "ocidentais", exigiu nenhuma investigação à respeito. 
     Isso que significa que os Estados Unidos, além do cinismo habitual do seu discurso sobre direitos humanos e defesa da democracia, gozam de uma impunidade à toda prova, podendo na prática fazerem o que bem entenderem no mundo, sem prestar contas a nenhum tribunal internacional.
     Mesmo na Líbia, a OTAN foi muito além do mandato conferido a ela pela ONU, para defender o povo líbio dos ataques do ex-ditador e infiltrou agentes na rebelião, bombardeando cidade cheias de civis e causando muitas mortes inúteis.
     Agora vem exigir investigações? Até quando vamos viver nesse mundo com dois pesos e duas medidas?
     A queda de um ditador é sempre benéfica para a humanidade, mas é preciso que as relações entre as nações se pautem pelas leis internacionais.
 


Mais um!

     Parece que lá se vai mais um ministro do governo Dilma. Orlando Silva, dos esportes, já está em pleno processo de fritura.
     O interessante é que a oposição, através da Veja, órgão de imprensa da extrema-direita, ainda não percebeu que está fazendo um favor ao governo Dilma, ao denunciar e provocar o expurgo de todos os ministros que Dilma teve que engolir na formação da grande colcha de retalhos que se costurou durante a sua candidatura.
       A cada ministro que cai, a Presidente tem a oportunidade de escolher um nome de sua preferência para compor um governo com a sua cara. Lula, o mentor do grande acordo eleitoral, lava as mãos, e os partidos da base não podem fazer nada. Assim vai surgindo o novo governo, purificado pelas mãos raivosas e inábeis da oposição.
     Enquanto as manobras servem para fortalecer o governo, Lula continua atuando nos bastidores, usando Gilberto Kassab e seu novo PSD para desidratar cada vez mais o DEM e o PSDB.
     Em relação aos esportes, agora só falta defenestrar Ricardo Teixeira, para que a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016 possam transorrer limpamente sob as ordens da grande faxineira Dilma Roussef.
Manifesto dos artistas riocontenses


     Transcrevo abaixo a carta manifesto elaborada por um grupo de artistas riocontenses e lida na última conferência Municipal de Cultura.
     A carta está aberta para receber adesões.
     Desde já, deixo explícita minha adesão a ela.

CARTA  MANIFESTO

       Somos muitos. Muitos os que fazem cultura, artistas e artesões, aqueles que aprenderam com os mais velhos ou que se aventuraram sozinhos a cantar, tocar um instrumento, encenar, dançar, esculpir, bordar, pintar, fotografar. Construímos com nossas próprias mãos tudo o que encontramos de cultura e outras tantas manifestações já esquecidas. No entanto somos poucos. Poucos os que conseguem sobreviver, tirar o sustento com sua habilidade artística ou artesanal.
         Somos músicos e pedreiros, cantoras e secretárias, artesões e motoristas, bordadeiras e professores... e talvez caiba em uma só mão a quantidade de pessoas que praticam e vivem de sua arte ou artesanato no município.
      Assim fica fácil entender por que muito da nossa cultura está morrendo, os jovens estão se desestimulando a percorrer este caminho atualmente árduo, e os que entram caem na armadilha de reproduzir o que a cultura de massa sem qualidade divulga nos meios de comunicação e infelizmente é quase que exclusivamente à essa cultura que o jovem está tendo acesso.
      Onde está a formação das crianças e jovens para o desenvolvimento de suas habilidades artísticas e de um olhar crítico sobre a sociedade?
      Aliás cursos esporádicos não são ações de formação, são ações que despertam para determinada atividade, mas não desenvolvem ou mesmo profissionalizam os jovens, crianças e adultos riocontenses.
      Cadê a produção artística que está cada dia menor em nosso município? Falta espaço, oportunidade e estímulo.
      É o povo quem faz a cultura, mas e qual é o papel do poder público? Esta resposta já sabemos: estimular, promover, apoiar, formar, mapear, registrar, tudo de forma clara e democrática, através de editais, licitações, oficinas para toda a população. E o que se tem feito?
      Queremos uma gestão que procure meios de colocar em prática o que há dois anos, na conferência municipal de 2009, foi apontado por todos nós agentes da cultura, como prioridades para o município. Muitas das ações não dependem de verbas para a sua realização, principal alegação da ausência de soluções para os problemas apresentados. E a falta de verba é a prova da incompetência dos gestores, pois não faltam editais e meios legais dentro da esfera estadual e federal para a captação de recursos financeiros, ainda mais a se tratar de uma cidade histórica, localizada na Chapada Diamantina, eleita cidade da cultura em 2010 e tombada pelo Iphan.
      Atualmente a maioria dos projetos, mostras, cursos, exposições, apresentações dentro do município acontecem pela ação dos seus cidadãos. Pessoas que fazem por que gostam ou com verbas oriundas do estado, da federação ou de empresas privadas.
      Esta é uma carta manifesto que, numa terra em que existe uma cultura do medo, que historicamente se traduz pelo coronelismo, onde ainda hoje, a população não aprendeu a exercer sua cidadania e emitir sua voz, estamos sim nos manifestando de forma não partidária ou pessoal, mas colocando a nossa opinião sobre a falta de ação da atual gestão de cultura do município.