Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

terça-feira, 7 de junho de 2011

     Rapidinhas
Delícias de Rio de Contas IV
     No Restaurante Soraya, na Praça do Landim, no centro histórico de Rio de Contas, o visitante encontra uma boa culinária e um ambiente especial, à beira do Rio Brumadinho, com salão fechado, varanda coberta e terraço descoberto para aproveitar as noites de lua. Se der sorte, pode até curtir um show de voz e violão, que às vezes é apresentado nos finais de semana  .
     No cardápio, vinhos brasileiros, chilenos e portugueses, as excelentes cachaças locais,  todos os tipos de cerveja, inclusive a deliciosa Bohemia e também cervejas sem álcool.  Tira-gostos, sopas, massas, aves, peixes, carnes e pizzas, tudo com preços corretos e muita simpatia.
    O restaurante é ponto de encontro de artistas nacionais de teatro, cinema, cantores e outras personalidades famosas em visita à nossa pequena cidade e ainda se pode curtir no horizonte a fantástica vista da Serra das Almas.
     As especialidades da casa são uma galinha bêba, cozida na cerveja malzebier e um mocotó fantástico.
     Não deixe de conferir.
     A boa notícia da semana
     A eleição de Ollanta Humala como Presidente do Perú, fecha o cerco sobre os últimos regimes pró-americanos da América Latina. Na América do Sul, só a Colômbia ainda segue a liderança decadente dos Estados Unidos, preparando assim um novo futuro para o sub-continente.
     Humala, deve implementar um capitalismo com inclusão social, ao estilo do PT, mas principalmente deve ter a independencia necessária para reconstruir sua sociedade, sem influências externas, colocando seu governo a serviço dos interesses do seu próprio povo.
     Bom para o Perú, bom também para o Brasil e bom para todos os latino-americanos, que vamos assim retomando as rédeas do nosso destino.

A redivisão do Brasil
     A aprovação pelo senado para realização de um plebiscito sobre a criação do Estado do Tapajós, que seria desmembrado do Pará, traz de volta uma discussão antiga sobre a necessidade de redividir politicamente o território brasileiro.
     Apesar das críticas da mídia, que só fala em mais despesas, com mais governadores, deputados, etc., a necessidade de redivisão é evidente. Temos Estados grandes demais e outros pequenos demais.
     O que me parece errado é deixar as propostas de criação de mais Estados, nas mãos de pequenos grupos locais, com interesses políticos próprios. Não seria melhor encarregar o IBGE de formular uma proposta para todo território nacional, não apenas dividindo Estados grandes demais, como o Pará e o Amazonas, mas também propondo a fusão entre os pequenos demais, como os diminutos e pobres Estados nordestinos de Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas, que unidos a Pernambuco poderiam formar um Estado forte e rico?
      Também Minas Gerais e Bahia são muito grandes e poderiam sofrer alterações. O sul de Minas, por exemplo, poderia se unir ao Espírito Santo e ao Rio de Janeiro, formando uma nova unidade, enquanto o oeste da Bahia, poderia se emancipar, formando o Estado de São Francisco, reivindicação antiga de sua população.
     O sul e sudoeste da Bahia poderiam também formar um novo estado, que já foi proposto na época da Constituinte como Estado de Santa Cruz, deixando uma parte de litoral para Minas Gerais, nos seus municípios do extremo sul.
     Também o sul dos Estados do Piauí, Ceará e Pernambuco poderia ser estendido de forma a tocarem as margens do lago de Sobradinho, dividindo com eles os benefícios das águas represadas do São Francisco, que hoje beneficiam apenas a Bahia. 
     A própria divisão em grandes regiões, feita pelo IBGE, está completamente superada. A região norte é um absurdo geográfico, que vai do oceano Atlântico aos Andes. O certo seria criar a região noroeste, separada da norte, composta pelos atuais estados do Amazonas, Roraima, Acre e Rondonia, onde ainda poderiam ser criados novos estados ou territórios, como no alto Rio Negro, por exemplo, enquanto o Acre deveria absorver a parte sudoeste do Amazonas ( a região de Boca do Acre), que na prática já é administrada por ele, seguindo a linha internacional da hora. Já o Maranhão poderia ser incorporado à região norte, com a qual tem muito mais afinidade cultural e ambiental (a floresta amazônica) do que com o nordeste.
     Enfim, nossa divisão territorial carece de mais racionalidade e seria muito melhor fazer logo uma proposta global do que deixar que grupos locais fiquem tentando redesenhar o mapa segundo seus interesses políticos. 

Arquitetos e sindicalistas assassinados


O que a morte dos sindicalistas assassinados recentemente na Amazônia tem a ver os arquitetos?
Simples: a cada vez que especificamos madeira nobres nos nossos projetos, estamos fazendo encomendas aos madeireiros clandestinos da Amazônia, que as retiram de reservas extrativistas ou de terras indígenas, já que as áreas livres para corte de madeira estão cada vez mais escassas, não hesitando em assassinar os que defendem o meio ambiente ou as terras indígenas.
É como encomendar um casaco de peles e fingir que não sabemos que elas virão de animais massacrados. Só que nesse caso, além das florestas, são pessoas mesmo que estão sendo assassinadas.
O mais incrível é a permanência de um tipo de corrente arquitetônica que se intitula ecológica, justamente pelo uso intenso da madeira.
Quem já não viu "pousadas ecológicas", feitas todas de madeira, ou mesmo palestras de arquitetos que mostram orgulhosamente seu trabalho ecológico todo em madeira. Projeto verdadeiramente ecológico é o que não usa madeira, ou usa apenas madeira certificada.
Se você é arquiteto ou designer, pense nisso antes de usar madeira nos seus projetos.
O abraço ao Rio Verruga

     Cerca de 40 pessoas, entre professores e estudantes da Fainor, jornalistas, curiosos e passantes que foram se juntando ao grupo de manifestantes, chegaram à ponte sobre o Rio Verruga, em Vitória da Conquista, na manhã fria e chuvosa de domingo, 05 de junho, dia mundial do meio ambiente.
     O grupo se manifestava pela salvação do Rio, que percorre a cidade e está totalmente poluído.
     Apesar da previsão de sua recuperação, existente no Plano Diretor Urbano da cidade, assim como no Código Municipal do Meio Ambiente, nada tem sido feito de efetivo para sua recuperação.
     O ambientalista André Cairo, fundador do Movimento Contra a Morte Prematura (MCMP), que há muitos anos empreende uma luta solitária pelas causas ambientais na cidade, participou fantasiado de morte, dando um toque de humor ao momento cívico.
     A manifestação foi promovida pelo Colegiado de Arquitetura da Fainor e contou com o apoio da Comercial Ramos, Tintas Coral, Band FM e Gráfica Brasil.
     A idéia de criar o movimento surgiu em um seminário realizado na Faculdade de Arquitetura da Fainor, para discutir o Plano Diretor do Município. Os próprios alunos levantaram a situação catastrófica do rio e a necessidade de que os planos existentes para recuperá-lo saíssem do papel.
     Mas quem são os responsáveis pela situação a que chegou este, que é o único curso d'água da cidade? Com certeza há um descaso das autoridades, tanto da EMBASA, empresa estadual responsável pelo saneamento básico de Vitória da Conquista, da Prefeitura, que não se preocupa em implantar as propostas previstas no Plano Diretor e da Câmara de Vereadores do município, que não exerce seu dever de fiscalizar os poderes executivos, tanto municipal quanto estadual, no caso a Embasa, para fazer com que cumpram a lei.
     Mas também há um descaso da própria sociedade, que se acostumou a ver os rios urbanos poluídos em quase todas as cidades do Brasil, e que não cobra das autoridades uma atuação para corrigir o problema.
     Por isso a manifestação deixou claro que não era dirigida contra ninguém em especial, já que há uma responsabilidade coletiva, mas que estava cobrando das autoridades um posicionamento.
     As novas gerações agradecem e pedem que deixemos para elas um ambiente limpo, transformando o que hoje é um esgoto, numa fonte de saúde e lazer para toda a população de Vitória da Conquista.
     Esperamos que nosso pequeno movimento tenha sido ouvido pelos governantes e pela população em geral, para que todos juntos possamos trazer de volta o Rio Verruga limpo e cristalino, que já existiu, à margem do qual foi fundada a cidade de Vitória da Conquista e que as antigas gerações puderam desfrutar como local de banho e fonte de água pura.
     A manifestação serviu também como primeira inteiração entre o novo curso de arquitetura da Fainor e a cidade de Conquista, em cujos destinos a comunidade acadêmica pretende influenciar, se preocupando com a qualidade de vida dos seus habitantes e apontando problemas e principalmente soluções.
     Portanto, se você é Conquistense ou simplesmente vive em Conquista e ama sua cidade, ABRACE O RIO VERRUGA, para que este movimento tenha continuidade e prossiga, nos trazendo de volta nosso rio.