Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 28 de março de 2010




Isabela

Muito interessante o julgamento do casal Nardoni, especialmente para estudantes de direito.
Com uma atuação impressionante da polícia técnica, praticamente foi a perícia que definiu os rumos do julgamento, de um crime sem testemunhas e sem confissões.
Me chamou muito a atenção a postura do pai de Alexandre Nardoni, advogado famoso, sempre ao lado da defesa, até o final.
Estaria ele realmente convicto da inocência do filho ou simplesmente tentando livrá-lo das consequências do que tinha feito?
Algumas reportagens da época do crime, davam conta de que Alexandre era o tipo do filho  superprotegido pela família e, por isso, de personalidade fraca e incerta.
Pode ser que essa postura do pai seja apenas a continuidade de uma educação falha, que estimula a irresponsabilidade, baseada na importância do pai e do nome da família, como se pessoas importantes pudessem estar acima da lei. Pode ser também que fosse convicção na inocência.
De qualquer forma é um bom augúrio ver gente importante sendo presa pelos seus crimes, como também o ex-governador do DF, preso enquanto ainda exercia o poder.
Estaria o Brasil mudando? Estaríamos nos libertando, finalmente da herança escravocrata e autocrática que tanto mal faz às nossas instituições?
Exemplo bom, mesmo, foi dado por um delegado de Brasília, cujo filho participou de um crime hediondo, o assassinato de um jovem. Após o crime, o rapaz correu para pedir auxílio ao pai, que deu-lhe voz de prisão e o entregou à justiça.
Uma justiça ágil e efetiva seria uma revolução no Brasil e acabaria com a impunidade dos corruptos que assolam nossos governos.




Marina

Marina Silva está subindo discretamente nas pesquisas, embora as grandes redes de TV, interessadas numa disputa PT x PSDB, finjam que não estão vendo.
Num cenário sem Ciro Gomes, que é o mais provável, ela começou com 6, passou para 8 e agora está com 11%.
Enquanto isso Dilma estacionou na casa dos 27 a 30% e Serra entre 32 e 38.
Considerando o pecentual de indecisos e flutuantes, Marina ainda tem um bom espaço para crescer, sem falar que ela é muito mais carismática que os outros dois.
Acredito que pode roubar mais votos de Serra do que de Dilma.
Já pensaram o que seria um segundo turno entre Marina e Dilma?
Mas essa simulação ninguém quer fazer.
Quem sabe ela não será nossa zebra, nosso Obama?



Lula x Irã x Israel

Muito boa a postura de Lula na intermediação entre Irã e Israel.
Ele declara que seu objetivo é evitar uma guerra, evitar que destruam o Irã como destruíram o Iraque, matando centenas de milhares de civis.
O governo Israelense, na sua irresponsabilidade, só quer guerra, só quer tomar terras dos palestinos, expulsá-los do seu próprio país para realizar o sonho dos fanáticos religiosos de construir a Grande Israel. E cada vez que, pressionado pelo lobby judeu nos Estados Unidos, o governo americano declara seu apoio incondicional a Israel, eles investem mais e mais contra os palestinos, sentido-se fortalecidos pelo guarda-chuva militar americano.
Como é que os Estados Unidos, totalmente comprometido com um dos lados, pode ser um mediador confiável?
O governo do Irã também não é santo. Desrespeita alguns direitos humanos fundamentais e vive falando em destruir Israel.
É preciso alguém que dialogue com todos, que não tenha preconceito contra ninguém, para ter a imparcialidade necessária à intermediação e, quem sabe, encaminhar esses países para uma cultura de paz e tolerância.
Quem sabe o Brasil pode desempenhar esse papel, ajudando a construir uma paz justa naquela região.
Com certeza, se a sanha fundamentalista dos judeus radicais for contida e eles se conformarem em viver em seu território, os outros fundamentalismos também perderão o sentido e haverá uma possibilidade para a paz.
Quem sabe o Brasil não será esse mensageiro, transformando-se naquilo que Chico Xavier predisse: a Pátria do Evangelho.

Abraço a todos

Ricardo Stumpf