Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 29 de maio de 2011

Rapidinhas


Delícias de Rio de Contas
   A Ponte do Coronel é um conjunto de 13 piscinas naturais formadas pelo Rio Brumadinho, que passa por baixo da ponte que lhe dá nome (foto). É um dos recantos mais procurados pela população local e por turistas para banhos nos finais de semana. Suas águas frias são revigorantes e sempre se pode combinar um banho com uma cerveja gelada, comprada nos dois pequenos bares que fazem parte do balneário, ou com um churrasco preparado nas várias churrasqueiras dispostas para os visitantes.
     Vale a pena visitar.
Abraço ao Rio Verruga
   Um movimento surgido na nova Faculdade de Arquitetura da Fainor, em Vitória da Conquista, promoverá no próximo dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o Abraço ao Rio Verruga, manifestação que reivindicará às autoridades estaduais e municipais, um projeto de despoluição desse que é o único curso d'água daquela cidade e que se encontra entre os mais poluídos do Brasil.
     A manifestação festiva, partirá da porta da Fainor, na Avenida Luis Eduardo Magalhães, às 9,00 horas da manhã e descerá a avenida até a ponte que cruza o rio (ponte que atualmente está interditada para obras), onde será realizado o abraço simbólico a este que já foi um rio de águas cristalinas que banhava o vale onde se ergueu a cidade.
     Se você mora em Conquista, venha participar e traga sua família, como forma de demonstrar o amor pela sua cidade e pela natureza. Se você mora em outro lugar manifeste-se à favor da despoluição do Rio Verruga enviando e-mails para a Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista (www.camaravc.com.br) e para a Empresa Baiana de Saneamento (www.embasa.ba.gov.br) solicitando um projeto de despoluição do rio, que o transforme em local de lazer e saúde para os habitantes desta bonita cidade do Sudoeste Baiano.
     Vale o exemplo para outras cidades brasileiras, para que também abracem seus rios poluídos, recuperando-os para uso de suas populações.

Barcelona Campeão

     O time espanhol, de Messi e Daniel Alves, deu um show na final da copa da UEFA, vencendo o Manchester United por 3 x 1.
     Vai ser difícil para qualquer time brasileiro enfrentá-lo em Tóquio. Quem sabe o Santos chega lá e nos permite assistir ao esperado duelo Messi x Neymar.

Material radioativo nas estradas
     Muito preocupante a notícia que a Tribuna do Sertão, de Brumado, traz sobre a confusão sobre as carretas com urânio detidas em Guanambi. A população de Caetité impediu que nove carretas carregadas com o chamado Yellow Cake, o concentrado de urânio que é usado para produzir combustível para as usinas nucleares, entrasse na cidade, alegando que se tratava de lixo radiotivo. Com isso, o carregamento voltou pela rodovia e ficou estocado em Guanambi, no batalhão da Polícia Militar, enquanto o impasse não se resolvia.
     A INB esclareceu que não se tratava de lixo, mas de uma carga complementar do concentrado, emprestada pela Marinha do Brasil e que se juntaria ao material igual, produzido pela empresa em Caetité para ser exportado para a Europa, onde será enriquecido.
     O carregamento partiu de Iperó, em São Paulo e veio por rodovia, em comboio cercado de sigilo e protegido pela Polícia Rodoviária Federal, mas foi identificado pelo movimento ambientalista Green Peace, que criou toda a confusão na entrada de Caetité, fazendo com que tivesse que retornar a Guanambi.
     Não me parece que um carregamento de material tão perigoso deva ser feito por rodovias tão inseguras como as nossas. O mais certo é que viesse pela ferrovia existente. Mesmo assim, o Green Peace agiu irresponsavelmente, expondo a população ao perigo, já que algumas pessoas da comunidade queriam abrir o carregamento para verificar se se tratava de lixo radioativo.
     Engraçado esse Green Peace, já repararam como ele só age fora dos Estados Unidos? Quando houve o desastre ambiental na plataforma do Golfo do México, não se ouviu falar deles.
     


A indignação necessária

As grandes manifestações por democracia surgidas na Tunísia e no Egito, atravessaram o mar mediterrâneo e chegaram à Espanha, resultando na ocupação de mais de 150 praças no país, por jovens que se auto-intitulam os indignados. Eles rejeitam a intervenção do FMI na crise econômica européia, com suas velhas fórmulas de cortes nos gastos sociais e nos direitos trabalhistas, favorecendo o capital para que este tenha mais dinheiro para investir e relançar um capitalismo cada vez mais desgastado pelas crises sucessivas.
Os indignados dizem que o mercado sequestrou a democracia e que estão cansados deste modelo antigo de economia, pedindo uma democracia mais profunda, mais autêntica, onde a população tenha maior controle sobre a economia, não ficando refém das aventuras empresariais de uma minoria.
O movimento já se refletiu na França, onde surgiu um movimento intitulado Chamado do 21 de abril, em referência à necessidade de participação dos jovens nas eleições que se aproximam, evitando a repetição das eleições anteriores, onde dois candidatos de direita se enfrentaram num dia 21 de abril, deixando a maioria da população sem alternativa política.
Esse movimento pró-aprofundamento da democracia, com forte componente ambiental, busca a construção de um novo modelo de economia política, onde as grandes decisões sejam tomadas pela maioria em benefício de um futuro comum. Tudo a ver com o slogan dos Fóruns Sociais Mundias: Um outro mundo é possível. 
No Brasil também percebemos o mesmo desgaste das fórmulas tradicionais de fazer política. Hoje temos duas alternativas: o capitalismo para todos do PT e sua grande base aliada e o velho capitalismo para poucos do PSDB e do DEM. Todos dois nos levam em direção ao desastre ambiental e à uma sociedade cada vez mais violenta.
Nossas cidades estão se tornando um pesadelo. O progresso dos anos positivistas as transformaram em lugares onde imperam o crime e o crescimento desordenado, filho da especulação imobiliária. 50 anos depois de Brasília, ainda almejamos crescer, crescer, crescer, como se fossemos pequenos, como se o Brasil precisasse demonstrar alguma coisa ao mundo para viver.
A imagem do Brasil no exterior, o que pensam da gente lá fora... não passam de um complexo de inferioridade das nossas velhas classes dominantes, que os velhos conglomerados de TVs repetem sem cessar, repercutindo na inconsciência dos mais novos todas as frustrações dos mais antigos.
Enquanto isso nosso interior continua atrasado, a natureza continua sendo derrubada, destruída pela força do progresso. O que o Brasil tem de melhor, a sua natureza fantástica, continua sendo olhado com desprezo, agora com uma consciência ecológica forçada pelas circunstâncias mas que não passa de formalidade obrigatória para nos inserir no rol das nações ditas civilizadas.
A praga positivista ainda nos assola, impedindo a objetividade, que ficou prisioneira da nostalgia de um interior que não existe mais, dos pássaros que vão desaparecendo, do ar puro e dos rios que vão sendo rapidamente contaminados pelo agronegócio.
Onde está o Brasil que olhe para si mesmo sem se comparar com outros povos? Que se aceite na sua gigantesca diversidade, que valorize a sua paz, ao invés de querer fazer parte do Conselho de Insegurança da ONU? 
Onde está nossa coragem de nos sabermos uma civilização diferente, tropical, sensual, musical, que pode muito bem viver sem engarrafamentos inúteis, sem uma produtividade que destrói muito mais do que produz, sem uma acumulação que só reafirma nossas piores tradições coloniais de privilégios e infelicidades?
São Paulo nunca será uma Nova Iorque, graças à Deus. O Rio nunca será uma Paris, ainda bem. Brasília nunca será a capital do mundo: que alívio!
Talvez seja a hora de também dizermos não a essas políticas sem saída, a esse consumismo que tudo polui e destrói, a esse empilhamento de riquezas inúteis, à essa necessidade de correr de um lado para o outro, como se estivéssemos construindo alguma coisa que não seja apenas a nossa própria ruína, à tanta competição e dizermos sim a mais cooperação, mais segurança para a vida do cidadão comum. 
Vamos apenas viver bem, distribuir entre nós nossa imensa riqueza e esquecer de tentar repetir a história insensata que outros povos já percorreram, antes que seja tarde.
Que a ecologia e uma nova democracia triunfem, que as grandes cidades diminuam e as pequenas aumentem, distribuindo melhor a população, para que possamos ir até esquina sem medo. Que a justiça seja rápida, embora saiba perdoar. Que nossas prisões se transformem em escolas do bem e o exército sirva para defender nossa paz, além de ajudar o povo a ser feliz. Que nossa educação seja federalizada, se libertando da politicagem municipal. Que a ciência floresça nas nossas universidades para servir à humanidade.
Abaixo as ilusões de poder e glória! Viva a poesia e a alegria de viver!