Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

quarta-feira, 5 de maio de 2010



Rapidinhas

    




Duetos    

     Gente, o novo CD de Zé Ramalho, Duetos, está muito bonito.
     Especialmente a faixa 2, onde ele canta com Ivete Sangalo a música Amar Quem eu já Amei, de João do Vale e Libório, e a faixa 13 gravada com Tetê Espínola, uma versão fantástica de Águas de Março, de Tom Jobim.
     A voz especial de Tetê Espínola nunca foi tão bem aproveitada quanto nesta gravação, onde ela canta em falsete quase todo o tempo, um falsete incrível, de soprano, contrastando com o baixo de Zé Ramalho.
Em alguns momentos sua voz é tão fina qu se confunde com as cordas da guitarra. O arranjo musical também é muito legal, especialmente no final, quando a percussão vai tomando conta e tetê faz um contraponto extraordinário.
     Outras faixas ótimas são; A Dança das Borboletas (faixa 1), gravada com o Sepultura e a tradicional  Ave de Prata (5) com Elba Ramalho.
     Vale a pena conferir.

    




Paulo Coelho

     Depois de muito tempo, retomei a leitura do mago, Paulo Coelho, lendo A Bruxa de Portobello (2007) e O Zahir (2005), ambos da Coleção Paulo Coelho, da Gold Editora (São Paulo). Eu já tinha lido os primeiros livros dele, O alquimista e Brida (e mais outro cujo título agora me foge) e recentemente assisti ao filme Verônica Decide Morrer, baseado num livro dele.
     Gostei bastante dos primeiros, especialmente de O Alquimista, mas depois comecei a achar meio cansativo todo aquele misticismo. Com o filme, que é muito interessante, retomei o interesse pela sua obra e agora, depois de ler esses dois confesso que não sei o que pensar.
     Tive a mesma impressão que ao ler Isabell Allende, nas suas memórias e depois na trilogia em que relata aventuras em tres continentes, voltadas para o público jovem. Parece que grandes escritores que fazem sucesso com obras iniciais, depois são contratados por editoras importantes, com a obrigação de produzirem livros todos os anos, numa verdadeira indústria cultural, que os fazem perder a densidade e até a qualidade.
     Há momentos que se percebe perfeitamente que o escritor está fazendo um esforço para completar um certo número de páginas exigido, mesmo que ele tenha uma história pra contar.
     Paulo Coelho sabe tecer uma história, sabe criar situações inesperadas e finais intrigantes, sabe desenvolver temas que questionam o vazio da vida cotidiana, a perda de um sentido de ligação com a natureza e mistura isso com alguns temas exotéricos que estão muito na moda, como o culto à Deusa, assunto tratado em muitos outros livros, como As Brumas de Avalon, além de descambar frequentemente para um tipo de filosofia muito próxima da auto-ajuda, aquela bem comercial mesmo, de que nossas livrarias estão cheias.
     Gostaria de saber a opinião dos leitores: Paulo Coelho é um gênio ou só mais um escritor de best-sellers, a fim de ganhar muito dinheiro?
     Por favor, mandem suas opiniões.

    



Sapos

     Por falar em opiniões, tem gente querendo censurar o meu blog. Toda vez que faço alguma crítica à prefeitura recebo recados de que estou prejudicando a ARCA, porque podem confundir minhas opiniões com as da Associação.
     Então, embora ache isso meio ridículo, quero deixar bem claro que as opiniões expressas neste blog, representam apenas o meu pensamento, não tendo nada a ver com a ARCA, que quando necessário saberá se fazer ouvir através da sua diretoria.
     Eu também sou vascaíno, mas minha opiniões não representam de jeito nenhum a diretoria do Vasco da Gama. Sou arquiteto, mas minhas opiniões não representam o CREA ou o IAB. Sou presidente da CITRUS e nunca ninguém lá me pediu que deixasse de me expressar.
     Minhas opiniões não representam também as muriçocas que habitam a minha casa ou os sapos que moram na represa da minha roça. Representam apenas a mim mesmo e com certeza, não representam esses que querem que eu me cale.
     E apenas para refrescar a memória deles, o artigo 5o. da nossa Constituição diz:

É livre a manifestação do pensamento.

     Abraço a todos

     Ricardo Stumpf