Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 11 de novembro de 2012

Rapidinhas
 
Mudanças no Chile
 
 
     As eleições municipais chilenas trouxeram mudanças importantes, que indicam a perda de popularidade da direita, atualmente no Poder. Algumas prefeituras emblemáticas da Grande Santiago, que estavam em mãos de ex-aliados de Pinochet desde 1973, finalmente passaram para mãos da oposição. Santiago, La Reina, Providencia e Ñuñoa, são algumas delas.
     O movimento dos estudantes chilenos, que reivindicam uma educação pública e gratuita (a educação no Chile foi privatizada pela ditadura), foi importante nessas vitórias, com muitos estudantes mudando seus domicílios eleitorais para votar em redutos de direita e derrubar velhos caudilhos que governavam há décadas.
     A popularidade da ex-presidente Bachelet, parece que saiu fortalecida do pleito e ela entra como favorita para as eleições presidenciais de 2013, pela Concertación, uma aliança de centro-esquerda que governou o país durante 20 anos, antes do atual presidente Piñera.
     O panorama político do país deve se alterar nos próximos anos com a ascensão de uma nova geração de lideranças de esquerda, oriunda dos movimentos populares.
 
Salvem o Teatro Goldoni
 
     O Governo do Distrito Federal, quer fechar um dos mais tradicionais teatros da cidade, simplesmente para vender seu terreno. Situado na Casa D'Itália, o Goldoni está em área pública, destinada a instituições culturais, na entrequadra 208/209 sul.
     O projeto do governo, não apenas quer derrubar o teatro e vender a área, mas mudar a destinação do lugar proibindo que se destine a atividades culturais.
     Será que esta é a política de cultura do Governador Agnelo, do PT de Brasília? 
     No dia 27 de outubro passado, artistas da capital realizaram um abraço simbólico para protestar contra a o fechamento do tradicional teatro. Veja link abaixo.

 
Mais do mesmo
 
     Barack Obama ganhou mais quatro anos para governar os Estados Unidos.
     Dos males o menor. Mitt Romney era um louco, que só queria se meter em novas confusões, enquanto Obama luta para tirar o país do atoleiro em que George W. Bush e os republicanos se meteram. Já conseguiu sair do Iraque e está tentando sair do atoleiro do Afeganistão, evitando se meter em novas guerras contra o Irã e a Síria, mas os lobbyes militaristas são fortíssimos e a indústria armamentista muito poderosa. Se ele simplesmente se retirar das guerras, causa um enorme desemprego.
     A economia americana chegou a um ponto tal, que depende de estar sempre em guerra para crescer. É claro que mudar isto não é fácil, introduzindo outros temas que interessam aos mais pobres, como o direito a um plano de saúde ou uma reforma na política migratória, ou ao meio ambiente, como a substituição da matriz energética do petróleo para energias limpas, mas ele podia andar um pouco mais depressa nas suas promessas, como por exemplo, fechar a prisão ilegal de Guantânamo e acabar com o embargo a Cuba.
     De qualquer forma, para nós, quanto mais tempo eles estiverem ocupados com o Oriente Médio e a China melhor, pelo menos não vem pro nosso lado. Enquanto isso vamos unindo nossa América Latina, que vai bem obrigado.
 
Derrota para Porto Rico
 
     E por falar em América Latina, a vitória dos que querem anexar Porto Rico aos Estados Unidos, no referendo realizado juntamente com as últimas eleições americanas, é uma derrota para os portoriquenhos e para todos o latinoamericanos. A colônia disfarçada de Estado Livre Associado, vai ser incorporada ao império.
     Muitos questionam a forma confusa como foi feita a pergunta no referendo, assim como a grande abstenção na votação. A Suprema Corte americana ainda deve se pronunciar sobre o resultado, decidindo se ele é válido para transformar este pedaço da América Latina no 51o Estado norte-americano.
     Era isso que os americanos queriam fazer com Cuba, invadida por eles várias vezes. A resistência dos cubanos impediu este triste destino e por isso as duas nações não se relacionam até hoje, embora os EUA mantenham um enclave colonial na ilha, onde está situada a base naval e a prisão de Guantânamo.
 
Grampinho tira a máscara
 
     O deputado ACM Neto, Prefeito eleito de Salvador, já mudou sua postura depois das eleições, tirando a máscara populista que vestiu durante o pleito e mostrando que sua cabeça não mudou nada.
     Suas primeiras declarações sobre o governo que pretende implantar na capital baiana, já falou em ajuste fiscal, velha bandeira do neoliberalismo, utilizada por todos os governos de direita e que atualmente está se aplicada na Europa, com resultados desastrosos na economia do velho continente.
     Trata-se de um eufemismo para corte de gastos, o que significa, paralisar obras, demitir funcionários, diminuir salários e benefícios, enfim, reduzir as despesas para ajustá-la à receita.
     É claro que isso aumenta o desemprego, prejudica o consumo, derruba o lucro das empresas, diminui a arrecadação de impostos e acaba criando uma crise enorme.
     O contrário desta política é estimular o crescimento, o que vem sendo feito pelos governos Lula e Dilma com muito sucesso. Ao invés de diminuir a economia para ajustá-la, criando estímulos, como corte de impostos e redução de tarifas, os investimentos aumentam, a arrecadação sobe e o Estado pode equilibrar suas finanças, sem sufocar a economia. Mas parece que os neoliberais não conseguem entender isto.
     Outra demonstração do seu atraso foi o voto contra os royaltes do petróleo, que o governo federal propôs que fossem destinados exclusivamente a educação. Seria uma revolução no Brasil. Mas, é claro, essa gente não quer que o pove se eduque, se não eles não seriam mais eleitos.
 

     Poesia da Semana
 
Desencanto
 
 
Murcharam as ervas dos campos,
das serras ruíram os flancos
e os miosótis de azuis,
esmaeceram, ficaram brancos.
Os girassóis sensíveis ao calor do sol,
recusaram seu morno abraço
e os anjos interromperam seus cânticos
românticos
para observar lá do céu,
através da cambraia do véu,
a folha de árvore que secou,
a água da fonte que esgotou,
o meu amor que não morreu:
desencantou.
 
Neuzamaria Kerner
 


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