Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Paiz
 
 
Na Belém-Brasília
 
    Prezados amigos
 
    Na semana passada tive a oportunidade de viajar por um trecho da rodovia Belém-Brasília, entre Anápolis e Jaraguá, cidade para onde se mudou minha filha, com sua família.
     Eu já tinha percorrido esta rodovia duas vezes, em épocas distintas (em 1966, quando ainda era toda de terra e em 1991), e fiquei impressionado com a beleza da região, hoje cheia de fazendas, e com o progresso que alcançou uma cidade como Jaraguá, que se tornou um importante pólo de confecções.
Vista de uma avenida da cidade
 
      Algumas cidades situadas na Belém-Brasília, foram projetadas no tempo de Getúlio Vargas, que pretendia criar ali um cordão industrial para fornecer produtos para a nova Capital, que já estava prevista há muitos anos para o local onde foi construída, dentre as quais, Jaraguá, Ceres e Porto Nacional.
     Na época, os cordões industriais eram uma novidade no urbanismo mundial, introduzida pelos soviéticos, que planejavam cidades industriais ao longo de linhas férreas, juntando produção e transportes, dentro da logística de abastecimento de sua economia planejada.
     Ainda durante a construção de Brasília, realizada por Juscelino Kubistchek, a idéia de implantar ali as fábricas que abasteceriam a capital foi mantida e a construção da rodovia Belém-Brasília obedeceu ao planejamento anterior, passando pelas cidades fundadas no tempo de Getúlio.
     A idéia era de que a capital permanecesse uma cidade apenas administrativa, para funcionários públicos, e que a população de trabalhadores atraída para ela fosse alocada nessas outras cidades, evitando um crescimento desordenado.
     Mas depois de 1964 os governos militares abandonaram o plano e Brasília começou a inchar, acumulando os problemas que possui hoje em dia.
     Parece que só agora a lógica inicial vai sendo retomada e as cidades da região começam a desenvolver vocações industriais, levando contingentes populacionais a se deslocarem para lá.
     Mais ao norte, as cidades de Araguaína, no Tocantins, Açailandia e Imperatriz, no Maranhão, estão agora descobrindo também suas vocações industriais, sendo que nas duas últimas, grandes projetos siderúrgicos estão em fase de implantação, acompanhando a ferrovia norte-sul, que também segue aquele antigo projeto.
 
     Além do desenvolvimento econômico, cidades como Jaraguá ainda oferecem um ambiente preservado, que permite tomar um delicioso banho de rio, (na foto o Rio do Pau Amarelo) observando a fauna nativa pescando, como o paturi da foto abaixo que estava fazendo sua pescaria próximo a nós.
    
É engraçado, como depois de tantos anos de liberalismo econômico, que se baseava na fé na autoregulação dos mercados, o velho planejamento vai mostrando que tinha razão e comece a dar seus frutos.



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