Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

sábado, 4 de agosto de 2012

O Paiz

Aventureiros
     O julgamento do chamado mensalão começou, ocupando  os principais espaços da mídia, especialmente a mídia de direita, que sonha em aproveitar o episódio para derrotar o PT nas eleições de outubro.
     Apesar da postura oportunista desse tipo de mídia, que Paulo Henrique Amorim batizou de PIG, Partido da Imprensa Golpista, acho que esse julgamento pode balizar uma mudança importante de comportamento na política brasileira.
     No meu livro, Contracorrenteza, de 1993, contei alguns episódios que vivi como militante do PT, e que já revelavam a face de certo tipo de gente que habitava (e ainda habita) esta legenda.
     Me refiro a um tipo de esquerda aventureira e oportunista, que se diz revolucionária, usando este rótulo para justificar atitudes irresponsáveis que só funcionam em benefício deles próprios.
     Convivi com gente que se propunha a fazer assaltos, para angariar fundos em nome da revolução. Uma revolução que eles não conheciam e nem queriam fazer, estando interessados apenas em arrecadar dinheiro fácil.
     Combati, denunciei essas pessoas e me desliguei do PT em 1990, depois de 9 anos de militância, por causa delas e da desenvoltura com que circulavam dentro do Partido.
     O exemplo mais importante desses oportunistas, falsos revolucionários revelados pelo mensalão, me parece ser José Dirceu, que nunca pegou em armas, mas viveu clandestino no Paraná, depois de fazer uma plástica no rosto. Sem dúvida uma aventura capaz de criar um frisson em aventureiros pequeno-burgueses.
     Instalado no poder, no início do governo Lula, começou logo a montar seu esquema revolucionário de arrecadação de fundos, para realizar o projeto político de manter seu partido no poder por muitos anos, enquanto se beneficiava e deixava que muitos outros também se beneficiassem, dos seus esquemas financeiros.
     Tudo muito emocionante.
     Segundo denúncias muito sérias, ele já tinha montado esquema semelhante em Santo André, esquema que resultou no assassinato do prefeito Celso Daniel, quando este descobriu tudo e ameaçou abrir a boca. Pelo menos esta é a versão da família do prefeito morto, que hoje está asilada na França, depois de ver oito pessoas envolvidas no processo serem também assassinadas.
     A marca registrada desta gente é a arrogância e o desprezo pelas leis, que eles consideram burguesas. Acham que podem fazer o que quiserem, que o fim justifica os meios e não tem medo de afrontar juízes e opinião pública, que eles consideram manipulados pelo capital.
     Está na hora de dar uma lição definitiva nesse tipo de aventureiros, condenando-os e mostrando a quem quiser se refestelar com dinheiro público, seja em benefício próprio ou em nome da alguma revolução romântica, que a nação brasileira não aceita este tipo de prática e nem compacturá com ela.
     Dinheiro público é sagrado e condenar esse tipo de gente vai ajudar a fazer uma limpeza na política e no próprio PT, que ainda tem muita gente séria querendo transformar o Brasil num país melhor.
    
     

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