Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 1 de abril de 2012

Rapidinhas

A rebelião dos corruptos

     Ninguém aguenta mais os parlamentares que tentam negociar seu apoio ao governo, em troca de cargos públicos e vantagens pessoais.
     O nome disso é corrupção.
     Nos acostumamos a ver algumas figurinhas carimbadas, que estão por aí há décadas, reclamando do governo com a maior cara de pau porque não recebem a devida atenção. E que atenção é essa que eles querem? É o atendimento aos seus pedidos para nomear fulano para um diretoria de uma estatal, ciclano para a secretaria de um Ministério, um sobrinho para uma diretoria dos Correios, uma verba para ajudar na eleição do seu filho no seu reduto eleitoral, tudo feito à revelia do interesse do povo, que eles dizem representar.
     Como eles comandam bancadas numerosas (que eles mantém justamente através dos favores pessoais), capazes de fazer o governo perder uma votação no Congresso Nacional, usam seu poder para chantagear os governos (qualquer governo), em troca dos benefícios pretendidos e assim vão se mantendo nos seus cargos, usando esse tipo de tráfico de influência para se beneficiarem.
     Alguns deles estão aí há décadas, como José Sarney, acusado de ser um honorável bandido, pelo jornalista Palmério Dória. Mas ele não é o único; Renan Calheiros, que foi derrubado da presidência do Senado por atos que não condiziam com a sua posição e muitos outros, no PMDB, e em outros partidos da chamada base aliada, estão mamando nos governos desde os tempos da ditadura militar.
     Como dizia aquele assessor político: sou governo, não tenho culpa se eles mudam...
     A presidente Dilma, depois de mexer muito no ministério que herdou de Lula, agora resolveu meter a mão no vespeiro dos corruptos do congresso, trocando os líderes do governo. Logo os corruptos se declararam em estado de rebelião. Um partido até disse que se afastaria da base para refletir e que à partir de agora votaria apenas de acordo com sua consciência (e antes votava de acordo com o que?)
     A imprensa submissa aos interesses dos poderosos correu para falar de crise na base do governo. Afinal isso acontece há tanto tempo (desde a redemocratização) que ninguém se lembra mais do absurdo que representa.
     Dilma deveria fazer um pronunciamento público, conclamando o povo a apoiá-la na luta contra esse tipo de gente, que infesta nosso Congresso. Seria uma boa oportunidade para nos livrarmos deles.

Ministério das colônias

     O site Operamundi noticia que A CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) confirmou nesta quinta-feira (28/03) que iniciou oficialmente um processo que investigará a morte do jornalista brasileiro Vladimir Herzog. Diz ainda que a OEA pretende processar o Brasil por não punir os responsáveis pela morte do jornalista, ocorrida em 1975.
     Faltou a tal CIDH, cobrar investigação sobre os governos americanos que financiaram e apoiaram os golpes militares em toda a América Latina, inclusive treinando nossos militares da época em técnicas de tortura, na famosa Escola das Américas, no Panamá.
     Então é assim: primeiro eles dão o golpe e derrubam nosso presidente eleito, instalando militares fascistas no poder. Depois ensinam a eles como torturar e matar os opositores da ditadura. E agora exigem que o governo brasileiro seja punido por não investigar os crimes.
     Legal. Eu apoio. Vamos começar a investigação por Washington e exigir que todos os governos criminosos dos Estados Unidos sejam responsabilizados pelas torturas que seus alunos praticaram na América Latina. Depois vamos atrás dos governos locais.
     Será que a OEA vai fazer isso, ou ela continua a ser o Ministério das Colônias, como dizia Che Guevara? E porque o Brasil não abandona logo esta relíquia da guerra fria?

Millor Fernandes e Ademilde Fonseca



     Para com isso gente!
     Semana passada foi o Chico Anísio, esta semana Millor Fernandes e Ademilde Fonseca, aquela que conseguia cantar uma letra inteira de chorinho, rapidíssima, e a gente entendia cada palavra.
     Todo mundo resolveu morrer ao mesmo tempo? Desse jeito vai ser difícil a gente se recuperar. Na verdade cada perda como essa é irrecuperável.
     Abaixo uma charge de Millor e um link para ouvir Ademilde cantando Brasileirinho em 2010.

    

Mário Quintana

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