Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 4 de março de 2012

Rapidinhas

Pontapé na bunda dele!


     Fez muito bem o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo em desqualificar o tal Jerome Valcke como interlocutor da Fifa com o governo brasileiro para a Copa 2014.
     A arrogância desses europeus, que chegam aqui fazendo exigências absurdas, querendo forçar o Brasil a desrespeitar suas próprias leis (como no caso da venda de bebidas alcóolicas nos estádios), só para faturarem com contratos publicitários milionários, já chegou ao limite.
     Quem esse cara pensa que é para dizer que as autoridades brasileiras precisam levar um pontapé na bunda, para fazer as coisas do jeito que eles querem? Com quem ele pensa que está lidando?
     Quem precisa levar um bom pontapé na bunda é ele, coisa aliás que o Ministro dos Esportes já providenciou.

Um sucessor para Chaves


     O presidente Chaves tem feito coisas boas na Venezuela, antes dominada por uma burguesia indiferente à miséria do povo e vendida a interesses estrangeiros, e que havia arruinado o país. Mas infelizmente cedeu à tentação do caudilhismo latino-americano, ao culto a personalidade e enveredou por um beco sem saída, no qual ele é considerado a única solução para os problemas do país.
     Agora, com sua doença, a Venezuela corre o perigo de se tornar órfã, incapaz de seguir se transformando numa nação moderna e socialmente justa. Um erro grave que pode levar o país irmão, de volta às mãos da velha direita e ao domínio norte-americano.
     Mais cedo ou mais tarde Chaves terá de ser sucedido no governo, como todo ser humano. Se tivesse um pouco de sabedoria estaria preparando um sucessor, para poder viver e ver as consequências do processo de democratização social que lançou, permitindo que o país encontrasse seus rumos no futuro.

Carros de luxo e acidentes

     Já repararam como ultimamente vem acontecendo muitos acidentes com carros importados e caríssimos? Parece que seus donos se acham acima da lei, por terem condições de adquirirem carros de luxo, e saem por aí correndo e fazendo um monte de besteiras.
     Acham que por terem carros mais caros, tem mais direito que os outros no trânsito e, literalmente, querem que os carros comuns parem para lhes dar passagem, como se fossem de uma casta superior.
     Alguém precisa lembrar a esses novos ricos que num país republicano todos são iguais perante a lei e isso vale para o trânsito também.

Tem chinês no futebol

     Quem diria! Um clube brasileiro contratando um jogador profissional chinês. É Zizao, do Corinthians. Com uma carinha de menino, chegou tropeçando no português e beijou a nova camisa.
     Há 20 anos atrás isso pareceria impossível. Com que rapidez o mundo está mudando. E o futebol se consolidando como uma território de paz e conhecimento entre os povos.
     O contraponto disso são as violentas torcidas organizadas, que cada vez mais primam pela ignorância e selvageria.
     Bem vindo Zizao.

Fulô da caatinga
     A pequena planta que o artista Raimundo Carvalho me ofereceu, na minha passagem por Teofilândia, no final de dezembro, definhou completamente só para renascer cheia de flores, no mais puro espírito indômito da caatinga brasileira.
     Agora está nos brindando com um espetáculo de flores delicadas que merecem uma poesia da minha amiga Genny Xavier (do seu blog Baú de Guardados), poeta itabunense, que fala do ciclo da vida e da fecundidade do tempo.

O VICEJAR DO TEMPO
Qual porta esqueci de abrir
ao merecimento dos pequenos detalhes da alegria?
O tempo drena as reminiscências dos dias
e a segurança das coisas e das pessoas
se esvai ao sabor de tudo que é inevitavelmente mutável...
Vão-se as ocorrências das fantasias oníricas
e as sensações vulcânicas do tecido da pele...
Vão-se o pestanejar das retinas atentas aos festejos da infância
e a respiração presa no esgueirar das noites
de beijos roubados da adolescência...
É certo que há agora esta beleza do amadurecimento da fruta do tempo,
mas é uma doçura que já não se pode perder num só instante
ao frescor do néctar da existência...
É preciso sorver a seiva no tronco fértil da árvore da vida
e cobrir-se dos seus caules que apuram o verdejar das folhas,
o perfume das flores e o sabor dos frutos
na permanência da fecundidade do tempo.

Genny Xavier

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