Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

sábado, 15 de janeiro de 2011

Rapidinhas

   Horror!

     Já não se pode falar apenas em falta de planejamento urbano para justificar tragédias como as da serra fluminense. Trata-se de desequilíbrio ambiental mesmo. O degelo dos pólos aumenta em muito a quantidade de água na atmosfera, formando verdadeiros rios aéreos, que vão desaguar sobre cidades indefesas, geralmente em meio as madrugadas, pegando as pessoas desprevenidas durante o sono, momento em que o ser humano está mais desprotegido.
     É preciso dar um novo rumo è economia, parando com essa loucura de querer dar um automóvel a cada ser vivente do planeta, jogando na atmosfera bilhões de metros cúbicos de dióxido de carbono diariamente.
     As mesmas TVs que incentivam o consumo, mostrando o povo comprando e comprando nas liquidações de início de ano, mostram os produtos adquiridos indo enxurrada abaixo e o desespero dos que perderam parentes, suas casas, seus bens adquiridos durante toda uma vida. Tudo uma cruel ilusão.
     Até quando vamos continuar indo nesta mesma direção sem sentido? Até quando vamos chamar a isto de desenvolvimento?

Autocrítica?

     Referindo-se as inundações, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, disse que não é hora de fazer autocrítica, mas sim de ajudar as vítimas. Mas se não procurarmos as causas dos problemas ambientais urbanos eles continuarão se repetindo, como vem acontecendo há décadas naquela região. O que ele quer? Silenciar as críticas sobre a falta de prevenção contra enchentes e contra a ocupação desordenada das encostas no estado mais montanhoso do Brasil?
     O que precisamos é de uma reforma urbana que impeça os imóveis de se valorizarem absurdamente, como vem acontecendo nos últimos 50 anos, excluindo grande parte da população do mercado imobiliário e empurrando-a para as invasões nas encostas.
     A especulação imobiliária provoca a concentração da propriedade imobiliária nas mãos de uma minoria. Intervir neste mercado é democratizar a propriedade fundiária, aproximando-a mais do seu valor de uso do que do seu valor de troca, como fazem todos os países civilizados. Isto, aliado a planejamento e fiscalização sobre o uso do solo e investimetnto em transporte público de qualidade e as favelas desapareceriam. Mas seria preciso coragem para enfrentar o lobby das empresas de ônibus e dos especuladores imobiliários, grandes financiadores de campanhas políticas.

Plano Diretor

     Tive acesso à íntegra do projeto de Plano Diretor para o Município de Rio de Contas e posso dizer que trata-se de um documento sério, dentro das possibilidades de um governo sem diálogo com a população, como o que temos atuamente na cidade. Conheço o esforço de Paula Soares, ex-Secretária de meio Ambiente para conduzir os trabalhos que levaram a sua elaboração e creio que, a continuar como vai, esta será a única contribuição decente deste governo para a história da cidade.
     Gostaria de sugerir aqui, publicamente, que fosse incluída uma cláusula proibindo a instalação de bares a menos de 100 metros de escolas, já que estes servem apenas como pontos de vendas de drogas e fontes de perturbação sonora para os colégios.
     Parabéns aos que tiveram estômago para continuar neste governo e fizeram acontecer esta melhoria para todos nós e espero que a Câmara de Vereadores o aprove, após um debate mais intenso com a sociedade, se é que isto ainda é possível. Disto pode depender que se evitem no futuro desastres ambientais como os que ocorreram na região serrana do Rio, em nossa cidade também serrana.
     A César o que é de César.

     Devido a necessidade de viajar neste domingo, excepcionalmente o blog vai ao ar hoje, sábado.

Nenhum comentário: