Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

sábado, 7 de abril de 2012

Cabo Verde  
Praia

     Prezados amigos, estou em viagem a Cabo Verde, país de lingua portuguesa constituido de dez ilhas na costa ocidental da Africa.
     Num voo direto pelo boeing 757 na companhia TACV (Transportes aéreos de Cabo Verde), à partir de Fortaleza, depois de apenas três horas e meia, eu e meu amigo Adriano Araújo cruzamos o Oceano Atlântico e chegamos à cidade de Praia, capital do arquipélago, na quinta-feira a noite. Pra quem está acostumado com a miséria das empresas brasileiras é uma agradável surpresa ser servido com um jantar quente, salada, sobremesa e bebidas (vinhos cervejas, refrigerantes e sucos, além do tradicional grogue caboverdiano)
     Ontem sábado, visitamos o Plateau, como é chamada a área central da cidade onde se encontra o governo do país e algumas ruas comerciais importantes. Estava tudo meio deserto, devido à sexta-feira da paixão. Depois fomos visitar a Ribeira Grande, também conhecida como Cidade Velha, primeira capital da antiga colônia portuguesa, e segundo os caboverdianos, a primeira cidade fundada pelos europeus nos trópicos, às margens do único curso d'água da ilha (hoje seco) e foi objeto de vários ataques de piratas, dentre eles o famoso Francis Drake que a atacou duas vezes, e por isto foi abandonada. Hoje é um ponto turistico, onde se destacam algumas construções da época colonial.
      As mais importantes são a Igreja de N.Sra do Rosário,a esquerda, que segundo o vídeo que nos foi mostrado, chegou a ser visitada por Cristóvão Colombo, Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama, e o forte de São Felipe , à direita, mandado construir pelo Rei da Espanha, Felipe II (na época da União Ibérica, quando Portugal e suas colônias passaram a pertencer à Espanha)
     Cabo Verde era uma parada quase obrigatória na volta dos navios portugueses que vinham do Brasil para Lisboa, muitas vezes carregados do nosso ouro. Paravam para se reabastecer e para fazer trocas. Era um entreposto comercial importante, inclusive de escravos (a tenebrosa história da escravidão na África será objeto deste blog em próximo artigo), dai o interesse dos piratas e corsários como Drake, financiados pela rainha da Inglaterra.
       A cidade de Praia se situa na Ilha de Santiago, ao sul do arquipélago, e tem uma configuração urbana interessante: o chamado Plateau é realmente um platô que se ergue em frente ao mar, onde se localiza a administração do país, que ficou independente de Portugal em 1975.
     Do outro lado a Achada de Santo Antonio é outro platô, onde se localiza alguns conjuntos residenciais e o simpático bar e restaurante O Poeta, com um linda varanda em frente ao mar, de onde se pode ver o luar e saborear um bom vinho caboverdiano (abaixo).


Achada significa "campo aberto" ou esplanada. Cabo Verde tem muitas achadas, segundo nos explicou o recepcionista do hotel.
     A configuração é tipica das cidades coloniais portuguesas, que ocupavam primeiro as partes altas, para facilitar a defesa em caso de ataques militares e com o tempo iam descendo para as partes baixas e aterrando a beira-mar para abrir avenidas e construir áreas portuárias.
     O país e simpático, tem um povo simples e muito "na dele". Nos locais turísticos ninguém perturba querendo nos guiar ou vender coisas, como no Brasil. Eles simplesmente ignoram os turistas. Vivem a vida deles e nos olham com uma certa desconfianca, embora sejam gentis.
                                     Casa de pedras coberta de palha na Ribeira Grande ou Cidade Velha
     Cabo Verde é uma democracia estável, no meio da instabilidade política africana e está começando a desenvolver sua indústria do turismo. O mar é incrivelmente azul e está por toda parte. Amanhã, domingo, seguiremos para a cidade de Mindelo, na Ilha de São Vicente, considerada a capital cultural do país, e por isto publico o blog hoje, sábado.
    

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