Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 15 de maio de 2011

 
 
Em defesa do Rio Verruga
     Aproveitando a proximidade da semana do meio ambiente, divulgo aqui hoje  parte de uma carta do ambientalista Paulo Nunes, escrita em 2009, em defesa do Rio Verruga, pequeno curso d'água que corta a cidade de Vitória da Conquista, parcialmente canalizado e que depois emerge, já totalmente poluído.
     Como tantas cidades brasileiras, Conquista transformou seu pequeno rio em um esgoto, sem dar a menor atenção para o seu único curso d'água, tão importante na fundação da cidade e hoje esquecido e maltratado.
     Rio Verruga, um rio histórico de Vitória da Conquista, ganha movimento
MCMP - Movimento Contra a Morte Prematura 
     Em Vitória da Conquista, o Rio Verruga que nasce na Mata do Poço
Escuro, já nasce contaminado! Descendo rio abaixo, recebe outra
quantidade de esgotos livres, formando um enorme canal a céu aberto,
com lixo em abundancia na Av. Bartolomeu de Gusmão.
     Segue seu curso agonizante , contamina pequenos afluentes, córregos e
mananciais, desemboca no Rio Pardo em Itambé, destruindo toda vida
biológica, com uma grande quantidade de germes patogênicos, além de
produtos químicos.
     Em 1996 o Poço Escuro e a Serra do Peri Peri, “pais” do Rio Verruga,
foram Tombados como Patrimônio Ecológico, a pedido do Movimento Contra
a Morte Prematura - MCMP. Pelo visto, as autoridades ainda não
conscientizaram quanta a importância significativa deste Rio, servindo
aos Índios Mongoiós, que habitavam na margem direita do Verruga até
1782, quando foram massacrados pelos Bandeirantes, hoje Pça. Tancredo
Neves, onde queremos uma escavação arqueológica no local do massacre,
entre outras localidades, para registros históricos e esclarecimentos
óbvios.
     Diferente da década de 50, o Verruga, com água límpida e cristalina,
servia a 15 mil habitantes, abastecia uma Barragem com 5 metros de
profundidade que existia no Poço Escuro, tendo ainda uma diversidade
de pássaros, árvores e animais, até mesmo onça suçuarana, que bebia
água pura no Bebedouro da Onça, detrás da Serra, que até hoje abastece
a Lagoa da Pedra Branca, apenas com um pequeno filete de água, devido
a devastação da Serra.
     Na época, a água do Rio Verruga era um líquido insípido, inodoro e
incolor, hoje tem gosto, cheiro e cor, prejudicando e destruindo
espécies animais e vegetais, além de transmitir doenças para o homem.
     Na década de 40, seu curso era perfeitamente perceptível, mas, as
autoridades foram canalizando para debaixo da terra, mudando seu curso
e a beleza de sua existência. (...)
 
Até quando as autoridades municipais e estaduais vão continuar 
fechando os olhos para esta situação?
Não seria o caso da Câmara de Vereadores local tomar uma iniciativa, 
criando um programa para despoluir e recuperar esse rio tão importante 
para a cidade? 

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom mesmooo, irei usar como texto no meu trabalho do Rio+20 e é claro colocando a fonte que é esse blog.