Em defesa do Rio Verruga
Aproveitando a proximidade da semana do meio ambiente, divulgo aqui hoje parte de uma carta do ambientalista Paulo Nunes, escrita em 2009, em defesa do Rio Verruga, pequeno curso d'água que corta a cidade de Vitória da Conquista, parcialmente canalizado e que depois emerge, já totalmente poluído.
Como tantas cidades brasileiras, Conquista transformou seu pequeno rio em um esgoto, sem dar a menor atenção para o seu único curso d'água, tão importante na fundação da cidade e hoje esquecido e maltratado.
Rio Verruga, um rio histórico de Vitória da Conquista, ganha movimento MCMP - Movimento Contra a Morte Prematura
Em Vitória da Conquista, o Rio Verruga que nasce na Mata do Poço Escuro, já nasce contaminado! Descendo rio abaixo, recebe outra quantidade de esgotos livres, formando um enorme canal a céu aberto, com lixo em abundancia na Av. Bartolomeu de Gusmão. Segue seu curso agonizante , contamina pequenos afluentes, córregos e mananciais, desemboca no Rio Pardo em Itambé, destruindo toda vida biológica, com uma grande quantidade de germes patogênicos, além de produtos químicos. Em 1996 o Poço Escuro e a Serra do Peri Peri, “pais” do Rio Verruga, foram Tombados como Patrimônio Ecológico, a pedido do Movimento Contra a Morte Prematura - MCMP. Pelo visto, as autoridades ainda não conscientizaram quanta a importância significativa deste Rio, servindo aos Índios Mongoiós, que habitavam na margem direita do Verruga até 1782, quando foram massacrados pelos Bandeirantes, hoje Pça. Tancredo Neves, onde queremos uma escavação arqueológica no local do massacre, entre outras localidades, para registros históricos e esclarecimentos óbvios. Diferente da década de 50, o Verruga, com água límpida e cristalina, servia a 15 mil habitantes, abastecia uma Barragem com 5 metros de profundidade que existia no Poço Escuro, tendo ainda uma diversidade de pássaros, árvores e animais, até mesmo onça suçuarana, que bebia água pura no Bebedouro da Onça, detrás da Serra, que até hoje abastece a Lagoa da Pedra Branca, apenas com um pequeno filete de água, devido a devastação da Serra. Na época, a água do Rio Verruga era um líquido insípido, inodoro e incolor, hoje tem gosto, cheiro e cor, prejudicando e destruindo espécies animais e vegetais, além de transmitir doenças para o homem. Na década de 40, seu curso era perfeitamente perceptível, mas, as autoridades foram canalizando para debaixo da terra, mudando seu curso e a beleza de sua existência. (...)
Até quando as autoridades municipais e estaduais vão continuar
fechando os olhos para esta situação?
Não seria o caso da Câmara de Vereadores local tomar uma iniciativa,
criando um programa para despoluir e recuperar esse rio tão importante
para a cidade?
Um comentário:
Muito bom mesmooo, irei usar como texto no meu trabalho do Rio+20 e é claro colocando a fonte que é esse blog.
Postar um comentário