Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 2 de dezembro de 2012


AMOR VERDADEIRO
Crônica escrita originalmente para a rádio Rio de Contas FM, em 2007
 
 
Na pedra, na Curriola, o nome está lá para quem quiser ver. A data, 1972.
Mais adiante, outra vez o mesmo nome, com a mesma declaração de amor. A data: 1991. Quase 20 anos separam as duas declarações, os dois apelos de um homem apaixonado.
Passeando por ali, onde a água faz uma volta violenta, vi as inscrições e imaginei o rapaz apaixonado, solitário, olhos fixos nas revoluções da água. Terá ele conseguido conquistar sua amada, ou foi apenas um longo sofrimento de amor?
Tem gente que diz que os jovens não sabem mais o que é amor verdadeiro e só pensam em sexo. Fiquei pensando se isso pode ser verdade. Ninguém escolhe amar. Isso é uma coisa que acontece de repente, às vezes só uma vez na vida. Como podem os jovens de hoje evitar que o amor irrompa em seus corações?
Resolvi perguntar para pessoas adultas se acreditam no amor e tomei um susto. A maioria não acredita, acha que é só achar alguém pra se dar bem e levar uma vida boa ou mais ou menos e tudo bem.
Mas afinal o que vale a pena na vida? O trabalho, com certeza é uma coisa que vale a pena. Poder ter o sustento sem viver de favores é muito bom. Fora isso é o amor, que mantém o coração aquecido e nos dá ânimo para tudo, inclusive sonhar com o que queremos na vida e trabalhar para alcançar.
É o amor que nos faz construir uma família e cuidar dos filhos, dos pais na velhice, defender essa grande família que é a nação brasileira, defender a terra, as plantas e a água, que dão a vida a todos, bichos e gentes.
Sem amor não há vida. Sem amor só haveria escuridão, frio e morte.
Sendo assim, como poderiam as pessoas não amar mais? Estava pensando nisso quando ouvi a canção de amor no rádio e pensei:
_A maioria das músicas fala de amor, porque será?
Apesar do egoísmo, da violência, das guerras, de todos os sentimentos primitivos que ainda habitam o coração do homem, temos o sopro da criação divina, que nos leva para o lado bom. Os sinais estão por toda a parte e aqueles que fingem não acreditar no amor, estão apenas se enganando.
A mensagem na pedra da Curriola, reconstruiu em mim a certeza de que o amor verdadeiro existe e de que, em cada um de nós, no meio dessa imensa humanidade, está viva a capacidade de amar.

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