Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 21 de outubro de 2012

Carros elétricos
 
     É uma pena que o novo regime automotivo lançado pelo governo, para promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico dos veículos fabricados no Brasil, tenha deixado de lado os automóveis elétricos, que poderiam ter sido agraciados com descontos no IPI.
     Os veículos elétricos, não servem ainda para substituir os carros de passeio, por causa da sua pequena autonomia, mas podem substituir muito bem os utilizados dentro das cidades, como taxis, carros de serviços, ônibus, ambulâncias, etc, que não costumam rodar muito por dia.
     Ao contrário do que se pensa, esses veículos não são novidades no Brasil e já foram fabricados em série aqui, pela Gurgel, fabricante brasileira que fechou as portas na década de 80. Era o Itaipu, furgão elétrico lançado em 1973, e que foi muito utlilizado como carro de entregas e serviços por aqui (foto abaixo). Sua maior característica era o silêncio, o que inclusive motivou alguns atropelamentos de pedestres, que não ouviam o carro se aproximar.
 
 
     Numa época em que ainda não se falava em inovação, Amaral Gurgel, o engenheiro que fundou a fábrica com o nome dele, já fazia pesquisas na área e procurava lançar carros mais econômicos e versáteis.
     É verdade que a Gurgel pecava pelo design tosco dos seus carros e por alguns caprichos do seu dono, que se recusou a fabricar motores a álcool, achando que o programa do governo não daria certo. Ele se considerava um novo Henry Ford, mas lhe faltavam qualidades para isso. Tentou repetir uma história de sucesso, mas os tempos já eram outros. Acabou falindo e lá se foi nossa única fabricante legitimamente brasileira de veículos leves.
     Restou a Agrale, que só fabrica caminhões pequenos.
     Agora os carros elétricos estão de volta, na sua forma pura, movidos à bateria, ou na forma de híbridos, com dois motores, um à explosão e outro elétrico. O motor a explosão (gasolina) alimenta as baterias do elétrico até que este possa rodar sozinho. Então o elétrico entra em cena e o motor a gasolina se desliga automaticamente.
À esquerda o Nissan Leaf, totalmente elétrico. À direita o Fusion, híbrido da Ford.
     Seria muito importante que o regime automotivo do governo estimulasse pesquisas nessa área, para que não fiquemos na dependência de tecnologia estrangeira novamente, nós que fomos pioneiros neste tipo de veículo, estabelecendo incentivos para a produção brasileira.
     Ainda é tempo de mudar. O meio ambiente agradece.
     

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