Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

sábado, 22 de setembro de 2012

Rapidinhas

Incêndios em favelas

    
     Não é estranha a sequência de incêndios em 34 favelas de São Paulo, a cidade governada pelos conservadores do PSDB de Serra, junto com o PSD (ex-DEM) de Kassab?
     Todas as favelas incendiadas se encontram em terrenos altamente valorizados, em áreas centrais da capital paulista. No último, no início da semana passada, a Prefeitura não forneceu nenhum apoio aos moradores, que passaram a noite ao relento. Uma empresa nas imediações foi quem abriu suas portas para acolher os que ficaram sem suas casas.
     Carlos Lacerda, quando incendiava as favelas do Rio de Janeiro na década de 60, pelo menos retirava os moradores. Agora parece que grupos ligados aos especuladores, com o silêncio cúmplice da direita que governa a cidade, decidiu queimar as favelas com os moradores dentro.
     Qualquer semelhança com os fornos crematórios nazistas não é mera coincidência.

Provocações
 

     E por falar em nazismo, o filme com críticas ao Islamismo, feito por um amador nos Estados Unidos, seguido da publicações de charges contra o Islã por um semanário francês, são manifestações explícitas de intolerância religiosa, que escondem o racismo contra árabes e até contra os judeus (no caso do semanário francês).
     Porque atacar assim uma religião que tem centenas de milhões de seguidores no mundo?
     Como nos sentiríamos se eles começassem a publicar charges ofensivas sobre Jesus Cristo?
     Isso é um absurdo, uma provocação fascista, que se esconde sob o manto da liberdade de opinião.
     Acho que o princípio da liberdade religiosa deve estar acima do suposto direito das pessoas dizerem o que querem. A liberdade de se expressar não pode servir para ameaçar a liberdade dos outros de professarem sua fé. 
     Por muito menos Julian Assange está preso numa embaixada em Londres e o soldado americano que revelou os telegramas ao site Wikileaks, está preso incomunicável, nos Estados Unidos, o que mostra que a tal liberdade de expressão pode ser restrita, quando incomoda os poderosos.
     E na França, a justiça proibiu manifestações de muçulmanos contra a publicação. Mas manifestar-se publicamente também não se enquadra no livre direito de expressão? Então existe liberdade para axincalhar uma religião e não há liberdade para manifestar o desagrado com isso?
     Todas as religiões unem a humanidade em torno da idéia de um ser divino e, como tal, merecem ser respeitadas. A liberdade de culto é um direito fundamental reconhecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O ataque contra o islamismo é um ataque contra a liberdade religiosa de todos nós.

A Máfia da CBF


     Romário, mais uma vez, denunciou o técnico Mano Menezes e a CBF, pela prática de associação entre a convocação de jogadores  e a valorização de seus passes para venda ao exterior, que estaria beneficiando dirigentes brasileiros, em prejuízo da qualidade da nossa seleção.
     Nesta última denúncia ele pede a intervenção da Presidente Dilma Roussef na entidade que comanda o nosso futebol, para acabar com as negociatas que estão fazendo fortunas às custas da nossa seleção nacional.
     O estranho é que os grandes órgão de imprensa silenciaram sobre as denúncias do baixinho, como se estivessem participando do esquema.
     Está na hora de abrir essa caixa preta chamada CBF e fazer uma faxina lá dentro.
     A vitória da seleção por 2x1 contra a fraquíssima seleção argentina não convenceu ninguém, muito menos os torcedores que foram ao estádio Serra Dourada em Goiânia e pediam a volta de Felipão.

Poesia da Semana
 
Pus meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para meu sonho naufragar.
 
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.
 
O vento vem vindo de longe
a noite se curva de frio
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...
 
Chorarei quanto for preciso
para fazer com que o mar cresça
e o meu navio chegue ao fundo
e meu sonho desapareça.
 
Depois tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas
 
Cecília Meireles




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