Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

domingo, 24 de janeiro de 2010




Excesso de Energia

Prezados amigos, já vi muita gente boa e sincera jogar fora sua felicidade por excesso de energia.
Quando estamos cheios dela, achamos que podemos e devemos fazer de tudo, experimentar de tudo e custamos a distinguir o que é importante na vida.
Me lembro de uma entrevista que assisti na TV com um antigo ator do cinema brasileiro. Ele havia participado das deliciosas chanchadas dos anos 50 e também do cinema novo, escola crítica, dos anos 60.
Como era um homem bonito, foi galã, muito admirado pelas mulheres e na entrevista, já velho, ao falar sobre isso apenas se lamentou de haver se separado da mulher que amava, uma também atriz e também muito bonita.
Questionado pela entrevistadora do porque da separação ele disse que foi porque queria viver mais, experimentar mais, ser livre, mas que depois nunca mais havia encontrado o amor e se arrependia amargamente de ter perdido e magoado aquela que o amava e que tinha sido (agora ele o via com clareza) seu único e verdadeiro amor.
Tarde demais e o desamparo daquele homem, já velho, ficou evidente na telinha.
Pois é, às vezes, quando jovens, achamos que não precisamos de ninguém e que na próxima esquina sempre encontraremos algo melhor do que o que temos e assim vamos jogando fora as pessoas e as oportunidades em troca de ilusões passageiras.
O pior é que existe gente especializada em alimentar essas ilusões para tirar proveito.
As vezes porque desejam o que temos, às vezes porque querem que trabalhemos para eles de graça (coisas como; agora não posso lhe pagar, mas estou pensando em aproveitar você no futuro, para uns trabalhos muito bons...) e muitas conversas fiadas com o intuito de que não vejamos nossa própria situação com clareza e sigamos no meio das ilusões.
Mas o tempo é implacável e nossa juventude passa rapidamente.
Quem sabe valorizar o que conquista não se deixa levar pelas ilusões e aprende a separar o que é importante de verdade do que é mera fantasia.
Aos iludidos está destinada a solidão, a frustração e o arrependimento. Quanto aos que sabem separar as coisas, bem, a vida continua sendo difícil, mas será mais fácil chegar a algum porto seguro.

Abraço a todos

Ricardo Stumpf

2 comentários:

Mário Luz disse...

Muito bom, e concordo com vc, pai

Clau disse...

Isso é porque você nunca conheceu alguem que te tirasse do eixo, te fizesse cair o queixo , desse um nó na tua cabeça. Embora seja a primeira vez que você olha aquela pessoa, é como se a conhecesse a vida toda. Aconteceu comigo e eu achava que isto era besteira, não é. É possivel amar instantaneamente, e parece que o amor assim é mais intenso, urgente, vivo, sensual e explossivo. Pena que o ser amado não pode corresponder a este amor tão extraordinário. Educado que é, diante da impossibilidade de retribuir a este amor, me ofereceu do amor a melhor e mais pura parte: a amizade. Beijos da CLAU