O Paiz
Quincas
Não há melhor comemoração na Semana Nacional da Consciência Negra, do que empossar o Ministro Joaquim Barbosa como novo presidente do STF.
Não se trata apenas de um ministro negro. Não se trata também, apenas, do primeiro negro a presidir a mais alta corte da nação brasileira. Trata-se de ver chegar ao topo da carreira um dos melhores e mais contundentes ministros que o Brasil já teve, que ascendeu por méritos próprios e que tem se mostrado inflexível na condenação dos corruptos, sejam eles do grupo político que o indicou ou de qualquer outro.
Quincas, como lhe chamavam seus ex-colegas quando era apenas um funcionário da gráfica do Senado, assume as funções no momento certo, quando o Brasil se vê desafiado por hordas de bandidos que acham que podem acuar o poder público, decretando a pena de morte de policiais ou de qualquer outro que estiver em seu caminho, transformando nossas grandes cidades num inferno.
A grande queixa dos brasileiros, em relação à justiça, está na lentidão e moleza no trato com os bandidos. Os brasileiros queremos leis mais severas, julgamentos mais duros, que mostrem aos que pretendem desafiar a lei que a punição será muito dura e que o crime não pode compensar.
Agora é hora do Congresso Nacional acabar de vez com essas leis que abrandam as punições, permitindo que criminosos com as mãos sujas de sangue de inocentes, passem o Natal em casa (para não voltarem e sairem matando mais). Que assassinos condenados cumpram apenas um sexto da pena, por bom comportamento. Que "criancinhas" de 17 anos não possam ser condenadas por estarem protegidas por um Estatuto da Criança e do Adolescente, que protege muito mais o criminoso do que as vítimas.
Estamos cansados de ver pais, mães, irmãos, filhos e esposas chorando na televisão a perda de parentes. Estamos cansados de ver políticos corruptos como Paulo Maluf, circulando livremente por aí, insultando a sociedade com seu cinismo.
Estamos cansados ministro. Queremos justiça. Rápida e dura. Sem pena dos criminosos.
Mas queremos também prisões decentes, onde presos não sejam estuprados corriqueiramente. Sem celulares para que bandidos não continuem ordenando assassinatos e roubos lá de dentro. Prisões que respeitem a dignidade humana, separando bandidos perigosos de réus primários, como manda a lei.
Sem superlotação, mas também sem privilégios para ricos ou gente com nível superior.
Especialmente queremos prisões que consigam dar um novo rumo à vida dos prisioneiros, que sejam transformadas em escolas, onde se possa aprender uma profissão e o respeito às leis, à vida e à democracia.
Salve, Ministro Joaquim Barbosa! A nação agradecida o saúda.