Rapidinhas
Formatura
Foi com muito orgulho que compareci à formatura de meu filho Mário Luz Alves de Souza, em Brasília, no dia 28 de setembro.
A turma de Mário, se graduou com o título de Bacharel em Artes Cênicas, junto com outras duas turmas, uma em Licenciatura em Artes Cênicas e outra em Licenciatura em Artes Plásticas.
O paraninfo da turma foi o ator global, Murilo Grossi, (à esquerda)também oriundo de Brasília e da mesma Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. A semente que Dulcina (à direita) plantou em Brasília, continua frutificando e a faculdade, apesar de todas as dificuldades financeiras, continua sendo o centro do movimento teatral da cidade.
Parabéns Brasília, parabéns Mário, parabéns ao teatro brasileiro.
Casa de Anísio Teixeira
Na viagem para Brasília, passei em Caetité e fui visitar a Fundação Casa de Anísio Teixeira, que eu já conhecia. Na verdade fui fazer uma visita à sua diretora, Maria Auxiliadora Ledo, que me deu grande ajuda na pesquisa para a realização do livro Escola, Espaço e Discurso, lançado recentemente.
Mara, como é conhecida, é uma grande batalhadora pela cultura do muncípio e da região sudoeste da Bahia, além de ter a responsabilidade de guardar o acervo de Anísio.
Pra quem não conhece, a Fundação Casa de Anísio Teixeira, está sediada na antiga casa deste famoso educador brasileiro e dispõe de biblioteca, auditório, salas para cursos de arte, teatro, terceira idade, biblioteca móvel e ainda um museu que conta com uma magnífica coleção de móveis antigos brasileiros.
Vale a pena conhecer.
É importante lembrar, que a recém estabelecida Comissão da Verdade, formada para investigar os crimes da ditadura militar, acaba de declarar como prioridade a reabertura da investigação sobre a morte de Anísio, falecido em um nunca explicado acidente, num poço de elevador, no Rio de Janeiro, no dia 11 de março de 1971.
Anísio, que introduziu no Brasil as teorias do educador americano John Dewey, era acusado de comunista pelos militares, por se opor à ditadura e morreu quando fazia campanha pela sua eleição para a Academia Brasileira de Letras.
Adeus Hebe
O Brasil perdeu a pioneira da televisão, apresentadora, cantora e atriz, Hebe Camargo.
Famosa pela sua alegria e pela coragem com que denunciava alguns políticos, apesar de sua tendência conservadora, Hebe foi uma das poucas unanimidades da TV brasileira a não ser seduzida pelo poder da TV Globo.
Durante mais de 60 anos fez rir e pensar o Brasil, com suas entrevistas, seus selinhos e sua forma engraçada de abordar temas e entrevistados.
Perdemos aquela que chamava a todos a quem admirava de gracinha.
Obrigado Hebe,
Eric Hobsbawn
O mundo perdeu também nesta segunda-feira este brilhante historiador britânico (nascido no Egito), autor, entre outras obras, de Era dos Extremos: o Breve Século XX: 1914 - 1991, que marcou profundamente a minha geração ao explicar do ponto de vista marxista, o que foi o século XX, com suas guerras, suas revoluções e grandes transformações da sociedade humana e do qual ele foi parte importante.
Poesia da Semana
Para os que virão
Como sei pouco, e sou pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.
Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.
Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular - foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente -
na primeira e profunda pessoa
do plural.
Não importa que doa: é tempo
de avançar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar.
É tempo sobretudo
de deixar de ser apenas
a solitária vanguarda
de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
(Dura no peito, arde a límpida
verdade dos nossos erros. )
Se trata de abrir o rumo.
Os que virão, serão povo,
e saber serão, lutando.
Thiago de Mello