Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Rapidinhas

Mundo novo

     Prezados leitores
     Estamos iniciando 2012 com a promessa de muitas mudanças neste nosso lindo e sofrido planeta.
     É um ano que promete consolidar grandes mudanças que se iniciaram em 2011 e vai depender muito de nós, do nosso trabalho, da nossa dedicação e capacidade de abrir um novo caminho, a construção de um futuro melhor para todos os brasileiros e latino-americanos.
     A América do Sul está se levantando, sacudindo a poeira e nos reservando um novo papel no mundo. O Brasil, daqui para a frente, será cada dia mais importante, e a nós que vivemos nessa quadra do século, cabe a responsabilidade de guiar todo esse processo. Tanto as novas gerações, com sua energia, quanto as antigas, com sua experiência.
     Este blog, que é apenas uma pequena gota d'água nesse oceano de informações que é a internet, espera contribuir com a construção dessa nova consciência.
     Meu chamado aos leitores de outros continentes, feito na semana passada, já rendeu seu primeiro fruto, com o contato da minha amiga de Infância, Lilian, atualmente residindo na França. Uma alegria imensa poder saber dela e do trabalho que realiza na área da linguística.
     Estamos abertos a outros contatos de outros continentes para que se manifestem.
    
O finzinho

     Pois é, amigos.
     Já chegado aos 60 anos, comecei a olhar para a velhice. É inevitável, até porque temos os exemplos familiares a nos mostrar para onde vamos, todos os que sobrevivem nesta terra até os 80 ou 90 anos, algumas vezes até passando dos 100.
     Envelhecer não é tanto o problema, já que com cuidados com a saúde e um pouco de sorte, se pode chegar bem até uma idade avançada. O problema é o finzinho, aquela idade em que o ser humano perde a autonomia, já não consegue se locomover sozinho, as pernas já não funcionam, as costas se curvam, a mente se turva, precisa-se voltar a usar fraldas, etc.
     Como é difícil esse fim. E como estamos despreparados para ele. Não importa se somos os que estão se findando ou se somos os que cuidamos de quem está no fim, o fato é que nunca estamos preparados.
     O que observo nas famílias é que não existe um planejamento para cuidar dos muito velhos, assim como nos planejamos para cuidar dos filhos que nascem.
     Quando vem uma criança, preparamos o quarto, compramos os móveis, temos esquemas legais de proteção à gravidez, licenças maternidade e paternidade para o nascimento, contratamos babás, ou as colocamos em creches e todos sabem qual é a sua responsabilidade. Mas quando se trata de cuidar de um idoso, é um jogo de empurra-empurra entre os filhos e ninguém sabe direito o que fazer e na verdade ninguém está muito preparado para isto.
     Isto justifica o triste ditado popular que diz: um pai sustenta dez filhos, mas dez filhos não sustentam um pai.
O império se retira

     E por falar em decadência, o Congresso americano começa a discutir os cortes orçamentários no seu gigantesco orçamento militar. As discussões em torno do assunto são esdrúxulas, com gente questionando quantas guerras eles conseguiriam travar ao mesmo tempo, como manter a ordem no extremo oriente, na Ásia e no pacífico, ao mesmo tempo, como se a eles coubesse a tarefa de policiar o mundo.
     Ao mesmo tempo em que começam a retirada do Iraque, proclamam seu "sucesso" naquela guerra sem sentido, que tirou a vida de mais de 100.000 civis iraquianos, segundo as estatísticas mais conservadoras, como se tivessem vergonha de admitir que estão se retirando e que tudo aquilo foi um grande desastre que  só encheu os bolsos do complexo-industrial-militar norte-americano.
     Os patéticos discursos de Obama, a respeito da manutenção da liderança americana no mundo, em parte estão voltados ao eleitorado conservador, obcecado pela idéia de dominação do mundo e pela paranóia da ameaça externa e em parte estão voltados para aqueles que os americanos consideram seus inimigos, como a Coréia do Norte ou o Irã, países que não tem a menos condição de travar uma guerra com eles sem seres rapidamente arrasados.  
     É uma situação estranha, em que a potência que se retira não quer admitir que a ordem das coisas possa se alterar com a sua retirada. É como se eles estivessem dizendo: olha, nós vamos sair, mas vocês precisam se comportar e continuar seguindo nossas ordens.
     Enquanto isso a China se arma silenciosamente, sabendo que o tempo trabalha a seu favor.
     Como já dizia Camões: Cessa tudo quanto a antiga musa canta, quando um poder mais alto se alevanta.

 
 
Praias do Ceará

     Em rápida excursão pelo litoral leste do Ceará, pude conhecer Canoa Quebrada e outras praias desse Estado e posso dizer que fiquei surpreso.
     Não se trata apenas da beleza natural, da qual eu já tinha ouvido falar muito, mas o que surpreende em quem pega a rodovia CE-040 é a qualidade de tudo, a começar pela estrada que está sendo toda duplicada.
     Os 125 Km entre Fortaleza e Aracati são de ótimo asfalto e um meio ambiente que mistura semi-árido com restinga, onde abundam os cajueiros, em verdadeiras florestas ao longo das margens. Pequenos vilarejos, aparentemente limpos, organizados e dotados de boa infra-estrutura vão desfilando aos olhos do turista, acostumado às imagens de pobreza do nordeste veiculadas pela grande imprensa do sudeste.
     A estrada não tem quebra-molas, mas "lombadas eletrônicas", que obrigam o motorista a reduzir a velocidade para 60 Km nos pequenos lugarejos. Tudo muito bem sinalizado.
     Não é à tôa que a revista The Economist apelidou o nordeste de China brasileira, pelo seu crescimento rápido e sustentado. Depois de muitos anos na Bahia, posso dizer que fiquei chocado com a diferença. O Ceará está se tornando rapidamente um lugar desenvolvido.
     Pobreza? Se vê sim, mas aquele pobreza simples do homem do interior. Não vi miséria nem favelas por onde passei, apenas um estado investindo pesadamente em infra-estrtura e um povo alegre e gentil.
     Aliás o cearense é por natureza engraçado. Adora rir e contar piadas. Alto astral.  
O que se vê de ruim são aqueles tipos magricelas, com tatuagens e brinquinhos na orelha, falando com jeito de malandro carioca, tentando conseguir algum dinheiro para consumir suas drogas. Infelizmente coisa comum em todos os locais turísticos do Brasil.
(Até quando vamos assistir o avanço do tráfico, destruindo pessoas e famílias, enquanto o governo assiste tudo passivamente, fingindo que existem políticas  públicas para isso?)
     A infraestrutura hoteleira também é ótima. Andamos por várias praias, Canoa Quebrada, onde ficamos hospedados no Hotel -pousada Canoa Quebrada, com tudo que um bom hotel necessita, fomos também a Morro Branco, Uruaú, Beberibe, Praia das Fontes, Pontal de Maceió, Fortim e outros pequenos lugarejos com saída asfaltada da rodovia estadual e achamos sempre pousadas com ótimo aspecto, oferecendo todos os confortos. 
     Outra coisa impressionante é a quantidade de parques eólicos que existem no litoral. Praticamente todas as praias tem seu conjunto de aerogeradores, que aproveitam a energia dos ventos abundantes que sopram no litoral norte do Brasil.
     Os parques eólicos, além de produzirem energia limpa, são bonitos, elementos poéticos na paisagem das praias. E são imensos. Devem medir mais de 30 metros altura.

     A última surpresa vem com a visão da construção do novo aeroporto internacional de Aracati  (à esquerda), preparado para receber grandes aviões em voos charter direto do exterior, principalmente da Europa, para o litoral leste do Ceará, onde os turistas europeus são comuns, especialmente os italianos.
     Em estilo rústico, coberto de palha, o aeroporto mistura elementos tradicionais com todos os confortos da modernidade.
     É o novo Ceará, o novo nordeste, o novo Brasil que surge rapidamente.
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