O acordo entre Brasil, Turquia e Irã, e a reação negativa dos Estados Unidos, me fizeram lembrar das palavras de Sadam Hussein quando viu seu país ser invadido em 2003.
Esta será a mãe de todas a batalhas, disse ele.
Na época isso pareceu mais uma fanfarronada de um ditador, mas hoje acho que talvez ele estivesse enxergando com mais clareza do que nós, aqui no chamado ocidente, um futuro sombrio.
A guerra começou no Iraque, depois passou para o Afeganistão e logo para o Paquistão. Os atentados terroristas já sacodem a Índia regularmente, país que estava fora do conflito quando começou a invasão do Iraque. Agora a histeria de Hillary Clinton contra o Irã mostra claramente que o militarismo, que domina a política externa de EUA e Israel, quer iniciar uma nova guerra.
Por trás de tudo isto está a absurda situação do Estado de Israel, país que não respeita nenhuma resolução da ONU, que não aceita inspeção da Agencia Internacional de Energia Atômica, que tem armas nucleares clandestinas, conhecidas por todos, que pratica uma política racista e expansionista invadindo continuamente o território palestino, expulsando e massacrando impunemente sua população, baseado no apoio incondicional dos Estados Unidos para fazer o que quer, desrespeitando a tudo e a todos.
Os americanos parecem dispostos a pagar qualquer preço para proteger Israel porque esse pequeno país funciona como uma ponta-de-lança dentro do mundo islâmico, usada para garantir a presença dos interesses norte-americanos na área, especialmente assegurando o fornecimento de petróleo, do qual os EUA são completamente dependentes para manter sua economia perdulária.
Corremos o risco de ver essa guerra se expandir continuamente, já que ela alimenta um sentimento de fanatismo religioso anti-americano e anti-ocidental que não dá mostras de enfraquecimento, ao contrário, só parece ficar mais e mais decidido na medida em que o mundo muçulmano é mais agredido.
O Brasil mostrou sua capacidade de negociar dando uma possibilidade à paz.
Com isso nossa política externa nos deu, pelo menos, a garantia de que não nos envolveremos nos conflitos, ficando fora do alcance dessas bombas.
A possibilidade de sermos ouvidos pelas grandes potências parece pequena, pois elas não querem novos atores mexendo no "seu" tabuleiro de xadrez e acredito que esse foi o principal recado que Hillary quis passar ao desprezar o acordo.
Mas nossa voz foi ouvida e como toda mensagem nova talvez custe a ganhar crédito. Com certeza vai conquistar alguns interlocutores abrindo uma brecha nessa triste lógica do militarismo e da dominação do mundo por meia dúzia de países.
A possibilidade de sermos ouvidos pelas grandes potências parece pequena, pois elas não querem novos atores mexendo no "seu" tabuleiro de xadrez e acredito que esse foi o principal recado que Hillary quis passar ao desprezar o acordo.
Mas nossa voz foi ouvida e como toda mensagem nova talvez custe a ganhar crédito. Com certeza vai conquistar alguns interlocutores abrindo uma brecha nessa triste lógica do militarismo e da dominação do mundo por meia dúzia de países.
Pode ser o primeiro passo de uma nova esperança para a humanidade.
Abraço a todos
Ricardo Stumpf