Rapidinhas
A cúpula das Américas e a visita de Harry
Há 30 anos a Argentina retomou as ilhas Malvinas, invadidas pelos ingleses no século XIX. A Inglaterra foi à guerra com apoio dos Estados Unidos, que desrespeitaram um tratado interamericano (TIAR) que diz que caso qualquer país das Américas seja atacado por outro de outro continente, todos os países americanos deveriam apoiá-lo.
O Tiar servia apenas contra os russos e é uma relíquia da guerra fria, ainda vigente (porque o Brasil não o denuncia?). Agora que a América Latina se une em torno ao boicote a navios com a bandeira ilegal das Malvinas, o príncipe Harry cujo irmão William anda por lá, fazendo demonstrações militares num helicóptero de guerra, vem ao Brasil segurar criancinhas no colo nas favelas cariocas, numa tentativa de angariar simpatia.
Ridículo.
Em paralelo os americanos vetam Cuba na tal Cúpula das Américas, na Colômbia. Quem deu a eles esse direito de veto? Outra relíquia da guerra fria. E nós, vamos participar desse beija-mão com a potência do norte? A única aliança real que existe nas águas do Atlântico sul é entre Estados Unidos e Inglaterra, o resto é submissão pura.
O Brasil não tem nada que fazer nessa tal cúpula. E esse príncipe, representante da decadente aristocracia européia, não tem nada a fazer por aqui.
Fora com essa gente!
Tchauzinho
Já vai tarde Ricardo Teixeira. Dilminha conseguiu derrubá-lo, sem dizer uma palavra.
Parabéns presidente! Pôxa, que faxina que não acaba nunca, né? A sujeira é muita!
Até o Jerôme Valcke entrou na dança.
É isso aí, respeito é bom e nós gostamos!
Horror!
O massacre de famílias inteiras no Afeganistão, mostra o desespero dos americanos por não conseguir ganhar aquela guerra.
Mas afinal, o que eles estão fazendo lá, junto com seus aliados ingleses, franceses, alemães, australianos, etc?
Hora de enfiar a violinha no saco e ir embora.
Já no século passado os ingleses e os russos tiveram que se retirar. Ninguém consegue dominar aquele país. Chega de guerras para defender pretensos orgulhos nacionais de países que não admitem ser derrotados. Aliás chega de guerras de qualquer tipo.
A guerra deveria ser considerado um crime, assim como a tortura. Todo dirigente que provocasse uma guerra deveria ser apeado do poder, julgado e condenado. Isso não faz mais sentido.
O mundo precisa é de paz.
Encontro literário em Livramento
A professora Esther Lígia, uma das maiores batalhadoras pela cultura no sudoeste da Bahia, me manda convite para um encontro literário na cidade de Livramento.
Fica aí o convite estendido a todos os interessados.
E por falar em literatura, deixo aqui um pouco da obra fabulosa de Manuel Bandeira,
POÉTICA
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente, protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.
De resto não é lirismo
Será contabilidade, tabela de co-senos, secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare.
Não quero saber do lirismo que não é libertação.
Manuel Bandeira