Rapidinhas
O ocaso das ditaduras árabes
A Síria segue os passos da Tunísia, do Egito, do Iemen e da Líbia.
Ditadores (ou seus sucessores) que derrubaram antigas dinastias e tinham apoio de grande parte da população, baseados em partidos políticos de inspiração nacionalista e esquerdista, começam a ser contestados por uma juventude sedenta de democracia e de melhoria de vida, já que o espectro do colonialismo não os assombra mais.
Os governos, desacostumados a lidar com aspirações legítimas da população, passam à repressão violenta, o que os leva a perder rapidamente apoio entre aqueles que eram a sua própria base de sustentação e a revolta se espalha, como fogo no canavial em dia de vento: incontrolável.
Quanto mais reprimem, mais perdem apoio e, perdidos, acabam tendo que ceder e se retirar do poder.
Uma situação que revela que os nacionalismos perderam seu sentido e que caminhamos para a criação de uma só grande nação humana na face deste sofrido planeta.
Recebi de uma amiga, pedido para divulgar denúncia de incidente de racismo ocorrido em Rio de Contas, durante uma festa em um restaurante da cidade. Como se trata de crime inafiançável, e como um blog deve se manter dentro da responsabilidade jornalística se quiser preservar sua credibilidade, optei por não divulgar a carta, em função de não haver conseguido ouvir a versão da pessoa acusada.
Além disso, a pessoa que me pediu a divulgação tem um conflito de interesses com a família da denunciada, e temi que o blog pudesse estar sendo usado com fins políticos e pessoais.
Isso não me impede, no entanto, de deixar aqui registrada a minha indignação com este tipo de incidente, recorrente naquela sociedade ainda arcaica, e com a preocupação com que as autoridades competentes façam cumprir a lei.
Creio que o Movimento Negro local, tão incisivo em outras ocasiões, deveria se manifestar sobre o caso, até para que os meios de divulgação tenham uma base jurídica mais sólida para divulgar este tipo de desrespeito aos direitos humanos.
Estranha comemoração
Ninguém gostava desse sujeito, mentor do assassinato de milhares de pessoas inocentes ao redor do mundo, inclusive de muitos muçulmanos. Mas sair às ruas para comemorar a morte de uma pessoa, por pior que ela tenha sido, não me parece uma coisa muito cristã.
A foto acima ilustra, no entanto, a comemoração pela morte de Osama Bin Laden, em frente à Casa Branca, em Washington, na noite de domingo, como se fosse um campeonato de futebol no Brasil.
Será que os americanos não tem consciência de quantas pessoas eles mataram ao redor do mundo, inclusive milhões de civis inocentes, como no Japão e no Iraque?
Se existe mesmo a tal Lei do Retorno, de que nos falava Chico Xavier, esse pobre espírito primitivo que em vida se chamou Osama Bin Laden terá de pagar caro por todas as atrocidades que cometeu, assim como George Bush, que matou muito mais e hoje se vangloria de ter começado a guerra ao terror.
Isso vale também para a própria nação americana, que deverá receber de volta todo o mal que infligiu ao mundo "em nome da liberdade".
Vale o comentário de que o corpo foi jogado ao mar, o que alimenta boatos de que tudo não passaria de um golpe publicitário para alavancar a popularidade Obama.
Triste espetáculo.
Paula Fernandes
Está interessante o novo CD de Paula Fernandes, gravado ao vivo. Ela dá um passeio por vários gêneros musicais, sem fazer concessões à qualidade, sempre destilando aquele timbre especial de voz.
Divulgada numa novela global, Paula Fernandes vem trazer um sopro de vida à música regional brasileira, sufocada pelo tsunami de porcarias que a própria Rede Globo lança sem parar, transformando nossos ouvidos em pinicos globais.
Embora algumas faixas caiam na mesmice da música sertaneja, no geral ela dá um salto de qualidade no gênero.
Embora algumas faixas caiam na mesmice da música sertaneja, no geral ela dá um salto de qualidade no gênero.
Vale a pena conferir.