O movimento popular árabe, que luta contra as ditaduras implantadas pelos países imperialistas para controlar seus países, leia-se Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália e Alemanha, as antigas potências coloniais, e mais Israel, herdeiro dos interesses delas, tem grandes semelhanças com o nosso movimento das diretas nos anos 80, que pedia a saída dos militares e eleições diretas para presidente.
Do mesmo jeito que fizeram aqui, os imperialistas-colonialistas temem entregar esses países a seus próprios povos, para que eles decidam seus destinos e estão segurando o ditador no cargo enquanto buscam uma transição segura, ou seja, enquanto buscam alguém capaz de adiar ao máximo as eleições até que eles consigam retomar o controle do processo e colocar alguém da confiança deles no cargo.
Foi assim também no Brasil, com a política de distensão lenta e gradual do ditador Ernesto Geisel, que depois desembocou no movimento popular pelas Diretas já, que demonstrava que a população brasileira queria comandar o seu próprio destino e estava cansada de ser manipulada por estrangeiros.
Mesmo assim eles conseguiram adiar as eleiçõespor cinco anos (de1984 a 1989) enquanto emplacavam José Sarney como presidente eleito indiretamente por um Congresso dominado por eles, uma Constituinte dominada por eles e ainda conseguiram eleger Fernando Henrique por dois períodos consecutivos.
Somando tudo, o Brasil ainda levou 18 anos, de 1984 a 2002, para se libertar do domínio imperialista, coisa que só conseguiu com a eleição de Lula e mesmo assim, sob muitos compromissos de "respeitar contratos" e não alterar muito o status quo do regime capitalista que eles implantaram a ferro e fogo no Brasil.
A diferença entre 1984 e hoje é que as antigas potências estão enfraquecidas e o mundo caminha para uma multipolaridade que faz com que esse controle se torne cada dia mais difícil de ser mantido.
Uma das consequências do fim das ditaduras na América Latina foi o surgimento do Mercosul e a ascenção dos nossos povos á prosperidade e ao desenvolvimento. O mesmo deve acontecer na região árabe, que quando democratizada tende a formar um gigantesco mercado, uma economia poderosa e um novo pólo de poder, ameaçando mais ainda a manutenção dos velhos projetos coloniais.
Quanto aos discursos americanos de defesa da democracia, são apenas mentiras para encobrir as ditaduras que eles apóiam e os crimes que praticam pelo mundo, sequestrando e matando pessoas nas suas prisões secretas.
Fisiologismo e reformas
Nossa imprensa, atrelada aos interesses da elite colonial brasileira, continua dando destaque à necessidade de reformas estruturais que atendam seus interesses. São sempre as mesmas: reforma tributária, reforma previdenciária (de novo?), reforma trabalhista (para retirar direitos dos trabalhadores) e reforma política. Tudo dentro da perspectiva de terminar a montagem de um Estado que atenda seus interesses, baseado no velho projetinho neoliberal do consenso de Washington (os 18 anos que comentamos acima ainda não foram suficientes para fazer tudo que eles queriam).
Enquanto isso, a esquerda, ou o que restou dela, fica a reboque dessa campanha e esquece da sua própria agenda de reformas: reforma agrária produtiva (acabando com os latifúndios e apoiando efetivamente a produção agrícola nos assentamentos), reforma educacional (federalizando e laicizando a educação), reforma urbana (que acabe com a especulação imobiliária e o monopólio dos transportes urbanos) e a mudança da matriz energética brasileira, para fontes de energia limpa, que evitem o aquecimento global e o desmatamento descontrolado.
Enquanto isso, nos partidos ditos "de esquerda", só se pensa em cargos, cargos e mais cargos.
Até quando vamos esperar para retomar nossa própria agenda? Falta coragem ou honestidade? Ou será que o fisiologismo destruiu definitivamente nossos ideais de justiça e liberdade?
A falta de uma política habitacional em Rio de Contas, na Chapada Diamantina, está levando a população a se organizar para invadir áreas públicas ociosas, com a finalidade de suprir a carência de oferta de imóveis a preços populares.
A alta do preço dos imóveis na cidade tem criado uma pressão por novos investimentos, que não estão sendo feitos pela atual administração, marcada pela paralisia e pela desorganização, e a organização popular começa a substituir a ação do governo, permitindo que novas lideranças surjam na cidade.
Infelizmente, alguns políticos inescrupulosos e até empresários locais tem se aproveitado da mobilização legítima da população para tentar obter lotes com finalidades eleitorais ou especulativas. Enquanto isso, os responsáveis pela elaboração do novo Plano Diretor Participativo aguardam o pagamento para enviar o texto definitivo à votação na Câmara, o que poderia mostrar um caminho para a solução técnica do problema.
Esperamos que a pressão popular organizada leve a Prefeitura a tomar alguma iniciativa, de forma a atender as demandas por habitação, caso contrário todo o esforço feito na elaboração do Plano Diretor se perderá e nossa jóia da arquitetura colonial tende a se tornar mais uma cidade a crescer em meio ao caos da falta de planejamento urbano.
A alta do preço dos imóveis na cidade tem criado uma pressão por novos investimentos, que não estão sendo feitos pela atual administração, marcada pela paralisia e pela desorganização, e a organização popular começa a substituir a ação do governo, permitindo que novas lideranças surjam na cidade.
Infelizmente, alguns políticos inescrupulosos e até empresários locais tem se aproveitado da mobilização legítima da população para tentar obter lotes com finalidades eleitorais ou especulativas. Enquanto isso, os responsáveis pela elaboração do novo Plano Diretor Participativo aguardam o pagamento para enviar o texto definitivo à votação na Câmara, o que poderia mostrar um caminho para a solução técnica do problema.
Esperamos que a pressão popular organizada leve a Prefeitura a tomar alguma iniciativa, de forma a atender as demandas por habitação, caso contrário todo o esforço feito na elaboração do Plano Diretor se perderá e nossa jóia da arquitetura colonial tende a se tornar mais uma cidade a crescer em meio ao caos da falta de planejamento urbano.