Rapidinhas
Alegria, alegria
Confesso que não esperava ser tão bem recebido pela família de meu amigo, Adriano Araujo, em Salvador. Família e amigos se reuniram para vê-lo e foram muito gentis comigo.
É uma turma muito alegre, simpática e divertidíssima. Uma família grande e unida e que encara a vida de modo muito positivo. Um exemplo de amor e solidariedade.
Os baianos tradicionalmente são gente alegre e solidária, mas essa família é realmente especial.
Agradeço a Deus tê-los conhecido.
A organização das olimpíadas de Londres está levando a extremos a dominação das grandes corporações sobre os eventos esportivos internacionais. Agora instalaram a censura sobre as roupas das pessoas que forem assistir aos jogos. Não serão permitidas manifestações políticas, como camisetas do Che Guevara, por exemplo, nem utilização de propaganda de empresas concorrentes das patrocinadoras dos jogos.
É como se cada espectador tivesse um contrato assinado de exclusividade com as marcas que patrocinam o evento, o que além de ilegal, pois cerceia o direito de livre manifestação, é um sinal muito preocupante do avanço do controle social das empresas sobre a população, em detrimento da democracia.
Já não basta o escândalo que está sendo a política de socorrer os bancos europeus com bilhões de euros, enquanto cortam salários, pensões e benefícíos sociais dos trabalhadores, agora passaram ao controle direto, com proibições e tudo mais.
É o fascismo voltando, sob inspiração da Füehrer Angela Merkel, comandando a Europa. E sempre que isto aconteceu por lá, o resultado foi trágico. Nuvens escuras no horizonte da humanidade.
Bye Bye OEA
E por falar nisso, o presidente da Organização dos Estados Americanos, OEA, o chileno Miguel Insulza, declarou que não houve golpe no Paraguai e que não há razões para este país sofrer sanções, numa nova demonstração de que não passa de um instrumento do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que já avisou que é contra sanções ao Paraguai.
É o caso de se perguntar o que o Brasil ainda está fazendo nessa instituição, criada na esteira da guerra fria para defender os interesses norte-americanos.
Incapaz de se pronunciar sobre a disputa colonial que a Inglaterra trava com a Argentina sobre as ilhas Malvinas, o que na prática significa apoio aos ingleses, mantendo há 50 anos Cuba excluída dos seus filiados e fazendo investigações sobre direitos humanos na América Latina, enquanto não tem coragem de investigar os crimes cometidos pelos Estados Unidos em Guantânamo e em outras partes do mundo (veja artigo do ex-presidente Jimmy Carter intitulado EUA: um recorde raro e cruel, no link abaixo) a OEA continua sendo o Ministério das Colônias, como definiu Che Guevara.
Todos sabem que por trás dos golpes que destituiram Zelaya em Honduras e Lugo no Paraguai está a mão de gato dos americanos, numa tentativa de se contrapor aos governos de esquerda da América Latina. Mas o golpe no Paraguai nos atinge diretamente, dado o interesse americano em montar uma base militar junto à chamada tríplice fronteira, em Foz do Iguaçú.
A OEA é uma relíquia da guerra fria que não serve mais aos nossos interesses. Com a criação do Mercosul, da Unasul e de outras instituições regionais,é hora de dizer adeus a essa instituição anacrônica, intenção já manifestada por vários presidentes latino americanos. Coragem é o que não falta a nossa presidente Dilma.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/22928/eua+um+recorde+raro+e+cruel.shtml
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/22928/eua+um+recorde+raro+e+cruel.shtml
Alfonsina y el mar
E já que estamos falando de América latina, deixo aos leitores esta jóia que é a música Alfonsina y el mar, (letra em espanhol com tradução minha) de Mercedes Sosa, interpretada por ela mesma (no link ao fim da página). A música é bem conhecida, mas o que eu não conhecia era a história da poeta argentina, Alfonsina Storni, que a inspirou ao se suicidar entrando no mar, em 1938, logo após escrever a poesia Voy a dormir (também abaixo). Sem dúvida um adeus muito triste e poético.
Por la blanda arena Pela areia macia
Que lame el mar Que o mar lambe
Su pequeña huella Sua pequena pegada
No vuelve más Não volta mais
Un sendero solo Um caminho solitário
De pena y silencio llegó De pena e silêncio chegou
Hasta el agua profunda Até as profundezas da água
Un sendero solo Um caminho solitário
De penas mudas llegó De penas mudas chegou
Hasta la espuma Até a espuma
Sabe diós que angustia Sabe Deus que angústia
Te acompaño Te acompanhou
Que dolores viejos Que dores velhas
Calló tu voz Calou tua voz
Para recostarte Para te recostares
Arrullada en el canto Aninhada no canto
De las caracolas marinas Dos caracóis marinhos
La canción que canta A canção que canta
En el fondo escuro del mar No fundo escuro do mar
La caracola O caracol
Te vás Alfonsina Te vais Alfonsina
Con tu soledad Com tua solidão
Que poemas nuevos Que poemas novos
Fuiste a buscar Foste buscar
Una voz antigüa Uma voz antiga
De viento y de sal De vento e de sal
Te requiebra el alma Te parte a alma
Y la está llevando E a está levando
Y te vás hacia allá E te vais para lá
Como en sueños Como em sonhos
Dormida Alfonsina Adormecida Alfonsina
Vestida de mar Vestida de mar
Cinco serenitas Cinco sereiazinhas
Te llevarán Te levarão
Por caminos de algas Por caminhos de algas
Y de coral E de coral
Y fosforescentes E fosforescentes
Caballos marinos harán Cavalos marinhos farão
Una ronda a tu lado Uma ronda a teu lado
Y los habitantes E os habitantes
Del agua van a jugar Da água vão brincar
Pronto a tu lado Logo ao seu lado
Bájame la lámpara Diminua a luz
Um poco más Um pouco mais
Déjame que duerma Deixe-me dormir
Nodriza, en paz Ama de leite, em paz
Y se llama él E se ele me procurar
No le digas nunca que estoy Não diga nunca que estou
Di que me he ido Diga que fui embora
Te vás Alfonsina Te vais Alfonsina
Con tu soledad Com tua solidão
Que poemas nuevos Que poemas novos
Fuiste a buscar Foste buscar
Una voz antigüa Uma voz antiga
De viento y de sal De vento e de sal
Te requiebra el alma Te parte a alma
Y la está llevando E a está levando
Y te vás hacia allá E te vais para lá
Como en sueños Como em sonhos
Dormida Alfonsina Adormecida Alfonsina
Vestida de mar Vestida de mar
http://letras.mus.br/mercedes-sosa/37548/
Voy a dormir
Que lame el mar Que o mar lambe
Su pequeña huella Sua pequena pegada
No vuelve más Não volta mais
Un sendero solo Um caminho solitário
De pena y silencio llegó De pena e silêncio chegou
Hasta el agua profunda Até as profundezas da água
Un sendero solo Um caminho solitário
De penas mudas llegó De penas mudas chegou
Hasta la espuma Até a espuma
Sabe diós que angustia Sabe Deus que angústia
Te acompaño Te acompanhou
Que dolores viejos Que dores velhas
Calló tu voz Calou tua voz
Para recostarte Para te recostares
Arrullada en el canto Aninhada no canto
De las caracolas marinas Dos caracóis marinhos
La canción que canta A canção que canta
En el fondo escuro del mar No fundo escuro do mar
La caracola O caracol
Te vás Alfonsina Te vais Alfonsina
Con tu soledad Com tua solidão
Que poemas nuevos Que poemas novos
Fuiste a buscar Foste buscar
Una voz antigüa Uma voz antiga
De viento y de sal De vento e de sal
Te requiebra el alma Te parte a alma
Y la está llevando E a está levando
Y te vás hacia allá E te vais para lá
Como en sueños Como em sonhos
Dormida Alfonsina Adormecida Alfonsina
Vestida de mar Vestida de mar
Cinco serenitas Cinco sereiazinhas
Te llevarán Te levarão
Por caminos de algas Por caminhos de algas
Y de coral E de coral
Y fosforescentes E fosforescentes
Caballos marinos harán Cavalos marinhos farão
Una ronda a tu lado Uma ronda a teu lado
Y los habitantes E os habitantes
Del agua van a jugar Da água vão brincar
Pronto a tu lado Logo ao seu lado
Bájame la lámpara Diminua a luz
Um poco más Um pouco mais
Déjame que duerma Deixe-me dormir
Nodriza, en paz Ama de leite, em paz
Y se llama él E se ele me procurar
No le digas nunca que estoy Não diga nunca que estou
Di que me he ido Diga que fui embora
Te vás Alfonsina Te vais Alfonsina
Con tu soledad Com tua solidão
Que poemas nuevos Que poemas novos
Fuiste a buscar Foste buscar
Una voz antigüa Uma voz antiga
De viento y de sal De vento e de sal
Te requiebra el alma Te parte a alma
Y la está llevando E a está levando
Y te vás hacia allá E te vais para lá
Como en sueños Como em sonhos
Dormida Alfonsina Adormecida Alfonsina
Vestida de mar Vestida de mar
http://letras.mus.br/mercedes-sosa/37548/
Voy a dormir
Alfonsina Storni
Dientes de flores, cofia de rocío, Dentes de flores, touca de sereno,
manos de hierbas, tú, nodriza fina, Mãos de ervas, tu, ama-de-leite fina,
tenme prestas las sábanas terrosas Deixa-me prontos os lençóis terrosos
y el edredón de musgos escardados. E o edredom de musgos escardeados.
Voy a dormir, nodriza mía, acuéstame. Vou dormir, ama-de-leite minha, deita-me.
Ponme una lámpara a la cabecera; Põe-me uma lâmpada à cabeceira;
una constelación; la que te guste; Uma constelação; a que te agrade;
todas son buenas; bájala un poquito. Todas são boas: a abaixa um pouquinho
Déjame sola: oyes romper los brotes… Deixa-me sozinha: ouves romper os brotos…
te acuna un pie celeste desde arriba Te embala um pé celeste desde acima
y un pájaro te traza unos compases E um pássaro te traça uns compassos
para que olvides… Gracias. Ah, un encargo: Para que esqueças… obrigado. Ah, um encargo:
si él llama nuevamente por teléfono Se ele chama novamente por telefone
le dices que no insista, que he salido. Diz-lhe que não insista, que saí…
(Tradução de Héctor Zanetti)
manos de hierbas, tú, nodriza fina, Mãos de ervas, tu, ama-de-leite fina,
tenme prestas las sábanas terrosas Deixa-me prontos os lençóis terrosos
y el edredón de musgos escardados. E o edredom de musgos escardeados.
Voy a dormir, nodriza mía, acuéstame. Vou dormir, ama-de-leite minha, deita-me.
Ponme una lámpara a la cabecera; Põe-me uma lâmpada à cabeceira;
una constelación; la que te guste; Uma constelação; a que te agrade;
todas son buenas; bájala un poquito. Todas são boas: a abaixa um pouquinho
Déjame sola: oyes romper los brotes… Deixa-me sozinha: ouves romper os brotos…
te acuna un pie celeste desde arriba Te embala um pé celeste desde acima
y un pájaro te traza unos compases E um pássaro te traça uns compassos
para que olvides… Gracias. Ah, un encargo: Para que esqueças… obrigado. Ah, um encargo:
si él llama nuevamente por teléfono Se ele chama novamente por telefone
le dices que no insista, que he salido. Diz-lhe que não insista, que saí…
(Tradução de Héctor Zanetti)