Rapidinhas
Estrada da morte
A BR-116, no trecho entre Vitória da Conquista e Feira de Santana se tornou uma sentença de morte para centenas de brasileiros que precisam trafegar por ela, simplesmente porque não suporta mais o tráfego pesadíssimo de carretas que transportam grande parte das meradorias que circulam entre o sul-sudeste e o nordeste.
Este trecho da maior rodovia do Brasil já deveria ter sido duplicado há mais de 20 anos, no entanto, não entendo porque, nunca entra nos planos do governo, que já duplicou várias partes da mesma rodovia, mais ao norte e mais ao sul.
No último domingo, dia 04, voltei de carro de Salvador para Vitória da Conquista, no dia seguinte ao acidente que vitimou 34 pessoas em Brejões. Denecessário dizer que viajei assustado, embora sempre que viaje pela Rio-Bahia me previna muito. São milhares de carretas enfileiradas, coladas umas às outras, rodando a mais de 100 km por hora, enquanto automóveis e ônibus ficam espremidos entre elas.
Passar no local do acidente foi muito triste.
Já vi muita gente morrer nesta estrada, por absoluto descaso das autoridades. Até quando vamos assistir a isso? Feira de Santana se tornou um importante pólo industrial, Vitória da Conquista também está crescendo rapidamente. Entre as duas, Jequié já desponta como uma importante cidade do sertão baiano.
Mas o tráfego de carretas vem de muitas partes do Brasil, já que a116 liga o Rio Grande do Sul à Fortaleza.
Caberia aos prefeitos da região uma mobilização para incluir no PAC a obra de duplicação desta rodovia tão importante para o Brasil.
Aliás, o gigantesco tráfego de mercadorias já viabilizaria uma ferrovia, que cobrisse o mesmo trajeto, tirando milhares de carretas das estradas. Ferrovia e duplicação, seria a solução adequada. Será que dá pra gente sonhar com isso ou vamos continuar assistindo a cada vez mais gente morrer tragicamente?
Empreendedorismo?
Gente, não existe coisa mais chata do que o discurso dos administradores de empresa, desses que endeusam o SEBRAE e ficam dando aulinhas de capitalismo para os desempregados.
Um horror!
Acho que foram eles que inventaram os livros de autoajuda. Só pode! Ficam repetindo aquelas frases de efeito, tentando motivar as pessoas a só pensar em sucesso, em ganhar dinheiro, "vender" sua imagem pessoal, como se a pessoa fosse um produto de consumo.
Depois reclamam que o mundo está violento, que os valores humanos estão desaparecendo...
O resultado dessa mentalidade gerencialista é esse mesmo. Se o que importa é ser bem sucedido na vida, então vale tudo, traficar, matar, roubar, desde que a pessoa consiga "atingir seus objetivos".
Os heróis dessa gente são a Miriam Leitão (Arghh!), o Henry Ford, o Walt Disney e o dono da Wall Mart.
Mas será que empreendedorismo é isso? Eles dizem que empreender é inovar e criar, mas levam tudo para o lado do capitalismo mais selvagem. Será que não dá pra empreender em outras áreas que não seja só a busca de lucros? Para mim empreender é ter iniciativa. Em qualquer área.
Lula foi um empreendedor na política. Mudou o Brasil. Gandhi também e mudou a humanidade. Irmã Dulce, o Marcehal Rondon, Juscelino Kubitschek, os grandes cientistas como Pasteur com sua penicilina e outros que fazem avançar a medicina. todos foram empreendedores.
Empreender não é só saber ganhar dinheiro, nem transformar tudo em mercadoria. Isso está errado. E o SEBRAE está impregnado desta mentalidade mesquinha horrível. Por isso as empresas brasileiras não duram nada. Empreender é ser criativo, mas sobretudo pensar no ser humano, na natureza, no que pode ser melhorado, no que é justo. Tanta criatividade neste país, perdida na mesquinharia de querer apenas auferir lucros, lucros e mais lucros.
O lucro sustenta a empresa, mas se ela não tiver outro objetivo além desse, não passa de um projeto pessoal de acumulação de riqueza. A empresa precisa ter outro objetivo além da acumulação, algo que beneficie realmente a humanidade, seja uma invenção que facilite a vida, uma forma nova de se comuicar, um remédio para velhas doenças... Só querer lucro não leva à nada.
Os protestos pelo mundo afora, mostram que esse modelinho está pra lá de falido. Chega desse velho capitalismo sórdido, disfarçado de coisa moderna.
O centenário Teatro São Carlos, de Rio de Contas, um dos teatros mais antigos do Brasil, está ameaçado de ruir, por descaso da Prefeitura Municipal, proprietária do prédio, que não lhe dá a manutenção adequada.
O prédio é tombado pelo IPHAN, mas o Secretário de Cultura local não entende o que é isto. Casado com a funconária administrativa do escritório local do Instituto, os dois, não deixam que nenhum arquiteto permaneça na cidade à frente do órgão, tecendo intrigas e ameaças a todo profissional designado para lá.
A funcionária usa o cargo para perseguir pessoas que são contra o Prefeito e o Secretário, transformando uma repartição pública Federal, num ninho de intrigas e usando o pequeno cargo que conquistou sem concurso, para fazer política.
Enquanto isso, o teto do histórico São Carlos ameaça desabar.