Por Ricardo Stumpf Alves de Souza

sábado, 30 de junho de 2012

Rapidinhas

Abraço da morte

     Não sei porque tanto escândalo em torno da aliança entre Lula e Maluf em São Paulo. Parece que os analistas políticos nunca viram o PT abraçar um líder da oposição só para afundá-lo de vez. É o famoso abraço da morte. Eles são especialistas em fazer isso. Depois de aceitar a aliança com o PT o líder e seu partido nunca mais podem falar mal do partido. Ficam, assim, impedidos de exercer sua antiga ideologia de direita e não tem mais espaço pra crescer em campo nenhum. Ficam abafados.
     O eleitorado de São Paulo é tradicionalmente conservador. Lula sabe que precisa desse voto conservador pra ganhar a eleição e não pode contar com os que já estão comprometidos com o PSDB. Seu único espaço para crescer junto à direita era Maluf, que não apresenta nenhum risco para ele. É um líder decadente e desmoralizado, em fim de carreira.
     Serra tem a desvantagem de arrancar na corrida eleitoral com 30%, seu teto histórico e não tem pra onde crescer. Haddad, com as alianças armadas por Lula pode tudo.
     Política é arte do demônio.

O golpe do agrotóxico

     No Paraguai, os brasiguaios declararam apoio ao golpe parlamentar que derrubou Fernando Lugo, alegando que uma nova resolução da Secretaria Nacional do Meio Ambiente de lá, obrigava os fazendeiros a declarar, com dois dias de antecedência, o horário em que seriam aplicados agrotóxicos nas lavouras, o tipo de produto, sua toxicidade e os possíveis danos que poderiam causar à saúde humana, já que as nuvens de agrotóxicos não respeitam cercas e se espalham pelas propriedades vizinhas.
    A reclamação partiu de pequenos agricultores paraguaios incomodados com as intensas fumigações promovidas pelos latifundiários brasileiros, que ganharam terras no tempo da ditadura do general Stroessner.
     Acho que pela primeira vez o Paraguai estava dando uma lição de civilidade ao Brasil e ao mundo. Na verdade essa é uma excelente idéia e deveria ser adotada entre nós também.
     Se cuidam tanto do mal que a fumaça do cigarro pode causar aos não fumantes, porque permitir que essas nuvens de agrotóxicos se espalhem sobre terras e cidades, contaminando todos nós?
     Os latifundiários reagiram pensando nos seus lucros e na sua liberdade de fazerem o que quiserem, não importando, ou não, se vão prejudicar os pequenos que vivem ao seu lado. Mas por trás desta reação está também a milionária indústria do agrotóxico, que se sentiu ameaçada.

Esperança de Renovação em Rio de Contas


     Sábado, dia 30 de junho o PDT e o PT de Rio de Contas lançaram as candidaturas de Dr. Cristiano para Prefeito (foto acima) e de Wilton (Tim) para vice. A aliança conta com grande apoio e simpatia da população, sendo favorita para vencer o pleito de outubro deste ano, quando enfrentará a tentativa de reeleição do atual prefeito, Marcio Farias, cuja administração foi marcada pelas perseguições aos que não votaram nele em 2008, fraudando o princípio constitucional que obriga os governantes eleitos a trabalharem em prol de toda a cidadania.
     Esta situação afungentou os investidores da cidade fazendo com que, nos últimos quatro anos o município mergulhasse numa espiral de atraso e estagnação, situação que deve ser revertida com a eleição do jovem Dr. Cristiano, dando novo impulso ao desenvolvimento sustentável desta jóia da Chapa Diamantina, no coração da Bahia.
     Além de PDT e PT, participam da chapa o PCdoB, o PMDB e o PSL.
     Este último sofreu, inclusive, uma tentativa de impedimento para que realizasse sua convenção, onde decidiria pelo apoio a chapa PDT-PT, com o fechamento, por ordem da prefeitura, do Club Riocontense, onde se realizaria o evento.
     Os convencionais, no entanto, conseguiram transferir o encontro para outro lugar e permaneceram firmes no seu apoio à chapa da renovação e convocaram este blog para documentar o momento, ainda pela manhã, em que afixavam na porta do Club o aviso de mudança da convenção para a sede da Associação dos artífices.

    
     Os convencionais do PSL enfrentam a truculência dos que tentam impedir a renovação na política riocontense.





Mário Luz entre os formandos na Dulcina

     Peço licença aos leitores para tietar um pouco meu filho Mário (ao centro, de colete), que acaba de concluir seu curso de artes cênicas, na tradicional Faculdade de Teatro Dulcina de Moraes em Brasília, com a peça Vilarejo Distante, de autoria do próprio elenco.
     Mário começou a fazer teatro em Rio de Contas, onde participou da fundação e atuou no grupo Loucos por Arteatro. Na mesma cidade também trabalhou como locutor da Rádio Rio de Contas FM, onde dirigia o programa Balanço Modulado.
     A qualidade de todo o elenco já foi ressaltada por mim na edição anterior, quando passei também a ficha técnica do espetáculo.
     Destaco também a participação de minha neta Joana (última à direita), como atriz convidada. Ela que tem apenas 10 anos, interpretou a criança e foi muito bem avaliada pelo grupo e pelos espectadores.
     Mais um talento artístico desponta na família.
     Como pai e avô é impossível não se orgulhar.
Trabalho e vida


     O que é um bom emprego?
     É o que paga um bom salário, embora não te faça feliz?
     É o que te permite realizar seus sonhos, ajudar a humanidade, mas não paga suas contas?
     O que dizem as empresas?
     Suba na vida! Venha fazer parte da nossa família! Nos ajude a construir um sonho! E daí por diante.
     Mas o que é subir na vida? Acumular coisas?
     Que família é essa das empresas que na primeira crise demite seus familiares, deixando-os na porta da rua?
     Que sonho é este que as empresas constroem, senão o sonho de riqueza e poder de seus proprietários?
     Os sindicatos pedem bons salários, estabilidade, segurança, preocupados sempre com a situação econômica dos seus filiados, mas não se preocupam com a felicidade deles.
     Quem de nós já não teve aquela sensação terrível de se sentir obrigado a ir trabalhar, sabendo que vai encontrar um ambiente ruim, infeliz, deprimido?
     Mas afinal, o que pensam os departamentos de pessoal das empresas sobre o prazer dos funcionários em trabalhar? Será que alguém se preocupa com isso, ou só pensam em forçá-los a produzir mais e mais, aumentando os lucros.
     Na verdade trabalhar com prazer é uma das melhores coisas desta vida. Se as empresas descobrissem isso, como tudo seria diferente! Mas os ambientes de trabalho são tão ruins, tão carregados de negatividade, que as pessoas já chegam trazendo o peso de outras experiências negativas e se armam contra os colegas, os chefes, as ordens, o horário e tudo mais que lhes é imposto, prejudicando seu desempenho. Estão se vingando de outras humilhações a que foram submetidos.
     Me lembro de uma desenhista que tive quando era o chefe de uma seção de projetos numa repartição pública, em Brasília. Ela me pediu para ajudá-la a ser transferida para o local onde eu trabalhava e por fim veio trabalhar conosco. Mas logo de início se tornou muito agressiva comigo. Eu não entendia, pois sempre a havia tratado bem. Só depois de alguns meses ela me confessou que tinha profunda antipatia por arquitetos, pois no lugar de onde ela veio, eles nem falavam com os desenhistas.
     Depois que ela percebeu que nosso ambiente era diferente, se desarmou, relaxou e ficou muito simpática. Ou seja, ela tinha trazido a carga de outro ambiente.
     O melhor trabalho é aquele em que a gente se diverte. Não é à tôa que os trabalhadores brincam com ditado; "a gente ganha pouco mais se diverte", ou como dizia aquele parachoque de caminhão: Tá ruim mas tá bom!
     Há muitos anos percebi que um bom ambiente de trabalho vale mais do que um salário mais alto. O ideal é que os dois andem juntos, é claro, mas tendo que escolher, prefiro sempre me divertir, pois a maior parte de nossas vidas nós passamos em ambientes de trabalho. Na verdade tirando a convivência familiar, o trabalho é a experiência mais importante de nossas vidas.
     E quando vejo pessoas que trabalharam a vida toda em ambientes ruins e não puderam ter a felicidade de construir alguma coisa em que acreditavam, de conviver com gente alegre e brincalhona, de dar o sangue para participar de um esforço coletivo vitorioso, percebo como se tornam pessoas tristes e amargas. Talvez tenham até "subido na vida", ou "participado da grande família empresarial", ajudando a construir o sonho dos seus proprietários ou chefes, mas perderam suas vidas sem construir nada de seu, sem aproveitar aquela sensação boa de colocar um tijolinho na experiência da humanidade.
     Trabalho é vida e quando ele é bom, a vida também se torna boa, mesmo que seja difícil.